Salve, Roleplayers! Volto aqui para postar o quinto capítulo da história, no qual as coisas começam a esquentar. Boa leitura. ;D
Capítulo 5 – Estopim
Ambos trocaram um forte abraço, sorrindo levemente. Mal podiam saber que, por trás da espessa folhagem, dezenas de olhos atentos fitavam-nos ameaçadoramente.
*****Os mansos olhos de Taura observaram o lindo dia alvorecido. Podia sentir a pedra dura abaixo de seu corpo. Dormira na rua, com sua antiga moradia reduzida às cinzas.
Nesse momento, os lábios de Nevan tocaram seu rosto macio, quase que como a suave brisa matinal acaricia a grama.
-Bom dia, Taurinha.
Ela retribuiu-lhe o gesto com um par de olhos cheios de significado. Após alguns instantes, porém, ela disse, ligeiramente aflita:
-Querido, estou preocupada. Na madrugada havia... – ela hesitou, medindo o mais sabiamente as palavras – Havia vários vultos. Enormes, brutais. Alguém gemia e-e... ah, Nevan com tudo isso, sabe. Estou inquieta demais com a fuga de Iluminista, o desaparecimento de Madame Chacal... – sem abandonar seu ar reticente, concluiu – estamos às voltas de algo perigoso, sinto isso.
Nevan aconchegou-a nos braços como uma criança desalentada. Notou que a moça tremia debilmente, assim como um pequeno roedor que se oculta do felino.
-Vamos lá, Taura, não há com o que se preocupar. Os guardas já estão buscando Margareth e seu irmão, tanto fora quando dentro da cidade. E aquilo que viu à noite pode ter sido apenas um sonho, fique tranqüila, por favor.
Ao ouvir tais palavras, a jovem tocou as mãos gentis do namorado, fitando-o com profundos olhos. Assim ficaram, mudos, trocando, ainda que silenciosamente, palavras amorosas e inaudíveis. E, enquanto se dava todo esse diálogo interior, o sol subia, talvez para anunciar a necessidade de pressa, de cuidado, cuja existência o jovem casal desconhecia.
*****Seus murmúrios desesperados mostravam-se imprestáveis ali. Sua cabeça, latejante, lutava inutilmente em busca de uma saída. Queria a raiva, o furor que já conhecia. Onde estava? Poderia surgir assim, repentina e abrasadoramente. Mas este não veio, e em seu peito restou apenas a frustração.
Numa última tentativa de chamar a atenção daquela velha senhora que se encontrava desacordada ao outro canto do quarto, Iluminista grunhiu, procurando chamar Margareth e ao mesmo tempo não fazer o alarde suficiente para despertar o homem dorminhoco, estirado no portal da velha casa abandonada no interior da cidade. Este ressonava, indicando um cochilo leve, instável.
Após o som gutural produzido pela garganta seca do rapaz, Margareth expressou alguns movimentos. Finalmente, de olhos abertos, a mulher mirou-o, suplicante, desejando uma forma de escapar. Apesar de grossas cordas apertarem seus pulsos, este não era o problema. O maior obstáculo era passarem despercebidos pelo guardião peludo, mesmo este estando adormecido.
Mas, algo acontecia lá fora, longe da vista dos dois prisioneiros. Grandes figuras se moviam discretamente, refugiando-se nas sombras provocadas pelo meio-dia e se aproveitando do descanso coletivo após o almoço.
*****Nevan e Taura acabavam de pôr na boca uma maçã murcha quando o grito de partida foi dado. Uma série de passos pôde ser ouvida de perto. Um brado viril seguido de um forte baque.
E lá vinham eles, desferindo golpes incríveis, mostrando uma força incomum. Berravam, agitavam os braços. Pareciam se dirigir ao grande edifício, o chamado Intocável. Sim, em outras palavras, a sede dos Noturnos.
Mas, antes mesmo de qualquer janela ser arrombada, surgiu a defesa. Faces ocultas por grossos mantos, eles focalizavam os lobos. O líder dos lupinos disse, seu tom debochado:
-Então os Noturnos não podem nem batalhar conosco agora, e mandam apenas lacaios mortais e imprestáveis?! Façam-me um favor, seus mestre não veem que são mais fracos que nós?
Após tais provocações Klaus avançou sobre as encapuzados, sendo seguido por todo o bando. Os criados noturnos investiram sobre os lobos robustos, olhos cintilando de raiva reprimida. O conflito seria pesado, e, a essa altura, Taura e Nevan haviam se escondido por ali, não querendo aproximação, planejando sair sorrateiramente.
Porém, de repente, suas bocas foram tapadas e seus corpos levantados do chão com agilidade. Taura emitiu algo como “O que é que está...” mas não pôde continuar. Era carregada nos braços de um Iluminista forte, maciço e ligeiro.
Atrás dos dois vinha uma velha mulher, tendo nos braços um jovem com quase o dobro de seu tamanho. A cena incomum por pouco não atraiu os olhares do povo que abria suas janelas à procura do barulho da batalha que se formava. A briga era deixada para trás, o estopim da nova guerra, uma luta selvagem.
Publicidade:
Jogue Tibia sem mensalidades!
Taleon Online - Otserv apoiado pelo TibiaBR.
https://taleon.online







Curtir: 





Responder com Citação



