Porque o prólogo sempre tem mais comentários? hUEHuHEuhe
Revisado somente 2x (17/5)... Irei revisar denovo amanhã... Mostrem os possíveis erros, por favor.
(18/5)Revisado! Apenas um erro gritante encontrado por mim.
Cap. II
A perseguição interminável de Suon já passava do horizonte quando os muros da cidade foram vistos ao longe, trazendo uma breve onda de alívio e paz para cada guerreiro. A boa sensação foi logo coberta pela tristeza em relação aos homens que desabaram na luta e pelo cansaço da longa batalha, somada com a caminhada de volta para casa.
Aqueles, estavam envoltos por mantos brancos manchados de vermelho púrpura proveniente de seu sangue nobre, eram eles carregados na garupa dos cavalos. Exalando um odor forte e pútrido, os cadáveres obrigavam todos a cobrirem as faces e aglomeravam dezenas de corvos, que sobrevoavam em círculos sobre nossas cabeças. Estas, ou pelo menos a minha, pensavam no quão desagradável era aquela situação, porém, todos eram dignos de um funeral decente...
Quando a grandeza dos muros da impenetrável Thais clareou-se em minhas pupilas, o cavaleiro de capa azul, comandante das tropas, levantou sua espada furtivamente indicando um sinal para parar; Em seguida, acendeu uma tocha e retirou seu elmo negro lentamente. Como o esperado, uma pequena face iluminada por uma pira de fogo surgiu no alto da torre que ostentava uma grande e trêmula bandeira com o símbolo da cidade, fazendo vários guerreiros urrarem com alegria:
- GROF! ABAIXE ESTA PONTE!!
O estalar metálico das correntes da ponte levadiça, que possibilita atravessar o rio que cerca a cidade, seguida de seu baque seco no chão soou como uma das mais belas músicas, penetrando nos ouvidos e instigando a todos para correrem à suas casas e famílias. Mas, quando os primeiros passos já voavam no ar, duas vozes em uníssono ressoaram iguais a trovões, congelando todas as ações.
- ALTO!!! – O comandante e o meu novo amigo, o cavaleiro que me salvara, foram as pessoas que gritaram. Este, continuou com seus berros, roubando as palavras da boca do cavaleiro de capa azul:
- COMO OUSAM PARTIREM PARA ALEGRIA DAS SUAS CASAS QUANDO NOSSOS AMIGOS ESPERAM ANSIOSAMENTE SUAS VALIOSAS MOEDAS AS MARGENS DO RIO AQUERONTE?! COMO OUSAM IREM POSSUIR SUAS MULHERES ENQUANTO OS NOBRES GUERREIROS, CIDADÕES DE NOSSA QUERIDA CIDADE, SÃO CAÇOADOS POR CARONTE?! – a pausa para respirar foi longa, trazendo um silêncio frio e pesado de remorso. – Enfim, – continuou com o tom de voz mais baixo, porém audível. – como ousam negar os seus últimos desejos?
Não foi preciso ordens. Todos os pés saíram da entrada da cidade para alguns metros a sua frente e, com algumas poucas palavras do comandante, todos começaram a escavar a terra. O funeral começou.
- ... Que seus nobres corpos sejam depositados nesse espaço para mostrar a todos os visitantes que nós estamos dispostos a morrer por nosso povo... E que suas almas sejam julgadas justamente. – falava o cavaleiro enquanto colocava uma moeda de ouro embaixo da língua de um dos cadáveres.
O som estridente da corneta veio melódico enquanto as tumbas eram tapadas num ritmo respeitoso e, quando finalmente toda terra retirada estava no local de origem, a música se calou. E o silêncio ressoou.
Após dois minutos de preces e perdões para os deuses, um a um viraram para adentrar na cidade e finalmente usufruir um pouco de paz, porém, todos foram frustrados... Mais uma vez.
Situado no meio da levadiça e engolido pela escuridão, um homem estava de pé com as mãos entrelaçadas na altura de sua cintura e; com o pouco de luz que saia de dentro da cidade e das chamas fracas das nossas tochas, o objeto em sua cabeça brilhou, congelando os passos de cada guerreiro. Era a magnífica coroa real, com rubis e diamantes lapidados naturalmente e incrustados na grossa camada de ouro.
O comandante logo se apressou e postou-se honradamente de joelhos à frente do homem, sendo imitado por todos ali presentes. Após se levantar, o rei pronunciou pequenas e inaudíveis palavras, fazendo uma massa de luz altamente concentrada brotar entre suas mãos e iluminar todo o ambiente. Seu rosto, agora visível a todos, era jovem e bem cuidado, tirando as pequenas cicatrizes feitas pelo ceifar da barba; seus olhos extremamente azuis, passavam uma confiança e serenidade inigualável; seu cabelo curto e oleoso, caia sobre a testa e orelhas, dando uma aparência ainda mais agradável; e seu porte físico era alto e magro, transmitindo elegância e confiança.
- Salve nosso rei, Tibianus I! – gritou o comandante com orgulho.
A resposta foi um grito coletivo acompanhado do levantar das armas de cada pessoa.
Com um singelo mover de mãos, todos se calaram para prestar atenção no que nossa majestade iria dizer:
- Me sinto extremamente honrado de ser o rei de todos vocês! – a saudação deixou todos felizes e o urro de resposta era esperado. - Em meus sonhos, eu sempre via homens amando seu povo e defendo-o com unhas e dentes, morrendo se fosse preciso... E foi exatamente isso que fizeram! Todos vocês lutaram pela paz, lutaram pela glória, lutaram pelo poder de um perfurar de espada, lutaram pela pátria que nasceram... – sua voz saia rouca, porém poderosa, fazendo todos seguirem seu ritmo perfeitamente.
- Por isso tudo, - continuou com um sorriso no rosto. – venho pessoalmente a vocês para transmitir que a paz tão procurada e guerreada foi finalmente alcançada! ...Um pouco antes de todos chegarem, um barco real vindo de Venore desembarcou em nossos domínios com um pedido de paz, que foi concedido e imposto por mim... – o sorriso estava cada vez maior e o orgulho em cada palavra era perceptível. – Uma nova era de paz começará, e todos viveremos ela com gozo e alegria!!
O grito de felicidade veio, mas, no meio de tantos sorrisos e abraços, um homem mantinha o semblante de infelicidade: o mesmo homem que me salvara da morte com seu machado de lâmina alva e que abriu os olhos de todos para o respeito aos mortos.
Eu não liguei para o fim da guerra, gosto da paz, porém, ele fulminava o rei com os olhos e seus lábios sibilavam o que sua cabeça pensava e seu coração sentia.
- Venha! Vamos para a taverna do Frodo! Vamos comemorar a vitória!! – falei com falsa animação, tentando apaziguar seus pensamentos mórbidos.