Ninguém comenta mas eu nem ligo... continuo postando =]
Cap. 2 – Under the smile.
- Vadia! – grita um homem ao ser derrubado no chão.
Desviando de algumas pessoas e esbarrando em outras, Faye, empunhando sua Glock calibre 30, corre incessantemente por entre as movimentadas ruas de Vênus até chegar em uma praça, com três prédios ao centro. O Hotel Towers Le Grand.
“30 milhões de Woolongs! E eu deixei escapar?! Burra!”, pensa enquanto se dirige a maior torre do hotel – o prédio central. Ao entrar, se depara com um Hall enorme com formato de um octógono regular; decorado com mobília rústica; pinturas espalhadas por toda as paredes; uma pilastra enorme ao centro, cercada pelo balcão de atendimento, e; oito elevadores espalhados uniformemente por entre os cantos da sala.
- Ei! Você viu um homem de cabelos loiros, olhos azuis e de bela aparência subindo por um dos elevadores? – pergunta apressada à recepcionista. – Ei! Você está bem?! – insiste e, ao não ter respostas, dá alguns tapas no rosto da mulher, mas esta estava em algum tipo de transe, com um sorriso idiota, os olhos fundos e um fio de baba escorrendo pelo queixo.
“Droga...”. Valentine empurra a recepcionista e pula por cima do balcão para ter acesso ao computador. Dois minutos de busca é o suficiente para ela achar o próximo alvo do homem:
Srta. Margareth Kess - quarto 11004, centésimo décimo andar, suíte presidencial.
Pago para 4 meses.
Renda: W$20.000.000,00
- Bingo! – exclama com um sorriso.
Ela pula o balcão e corre em direção ao elevador ‘4’, este sobe todos os andares em alguns poucos minutos e a porta abre ao chegar no lugar desejado. O corredor que aparece por trás da porta tem grandes paredes brancas com pequenos desenhos dourados artesanais que acompanham o rodapé e teto; e um tapete vermelho semelhante a um rio de sangue. Tudo isso leva a uma única e solitária porta, o quarto da vítima.
Valentine engatilha a sua pistola e gira a maçaneta, que por sua surpresa, abre a porta. Ao entrar, vê uma sala de estar retangular com a metade do tamanho do Hall do prédio, seis pilastras brancas espalhadas de forma circular, um vitral que ocupa por inteiro a parede oposta à porta e uma mobília de alto valor importada de Saturno. Em um dos cantos da sala, num sofá branco, uma senhora está sentada, imóvel, e no outro, o homem joga bilhar numa mesa feita de pedra e forrada por um tecido vermelho.
- Não adianta. Eu já tirei tudo dela... – afirma em tom de voz alto para Faye.
- Então você realmente rouba mulheres ricas? – pergunta ela de forma incrédula.
- Eu não as roubo. – corrige ele – Elas apenas... Me dão de presente... – com um largo e macabro sorriso, ele acerta uma bola com o taco de madeira.
Incrédula de que aquele é o mesmo homem que a ajudou mais cedo, ela diz:
- Se elas te dão ou não, não importa. O que importa é que você vale 30 milhões de woolongs e eu terei esse dinheiro. – e aponta sua Glock diretamente para a cabeça dele.
Ele não fala nada, apenas pega um giz que estava no seu bolso, passa no corpo do taco de bilhar, se inclina na mesa e rebate mais uma vez uma das bolas, acertando outra, que cai em uma das caçapas; logo depois, ele se ergue com um sorriso de satisfação no rosto, coloca o taco em cima da mesa e fala:
- Eu pude perceber que você viu minha ficha e viu que estou sendo procurado, mas já que te ignorei mais cedo. Prazer, Kaedes.
- Faye Valentine, e o prazer é todo meu. - responde com a sutileza de uma dama.
- Bom, antes que a senhorita tente me matar com isso ai, você ao menos se perguntou como eu consigo tirar o dinheiro delas?
- Já te falei que não me importo, eu apenas vou te... Levar... O que é você?! – pergunta Faye assustada ao vê-lo se aproximando com os olhos mudando de cor azul para verde.
O nervosismo toma conta de seu corpo. Suas mãos tremem e seu coração pulsa incessantemente. Um fio de suor escorre pela sua nuca, fazendo seu corpo gelar e seus pensamentos ferverem. A proximidade de Kaedes já se torna algo perigoso e a recompensa perde seu valor quando o primeiro tiro é disparado. “Droga! O que ta acontecendo?!”, o alvo não é acertado porque a visão dela fica cada vez mais embaçada. Ela tenta mirar nos olhos dele mas, a cada segundo, tudo fica mais denso. Dois, três, quatro disparos... E a visão começa a voltar.
Faye vê a fumaça saindo do cano de sua arma e logo procura saber se o acertou, mas a única coisa que vê é o corpo sagrando de Margareth Kess, estirada no chão bem na sua frente, com dois tiros no peito e um na cabeça. Ela olha em volta a procura de Kaedes, mas não o encontra, e não acredita ao ver pela janela que o dia se foi e a noite chegou naqueles poucos segundos.
- Senhora! Senhora! Abre logo, por favor! – grita nervoso um homem do corredor, enquanto espanca a porta.
“Droga!! E agora? Ninguém vai acreditar em mim!”, pensa Valentine andando de um lado para o outro. “Não tem outro jeito...”. Ela pára de andar, tira o cartucho de sua arma, verifica a quantidade de balas restantes, recoloca e o engatilha.
Não houve tempo para respirar... A porta é arrombada e o homem que estava gritando aparece armado com uma Magnum e vestindo uma roupa preta. Faye, então, descarrega quatro tiros enquanto caminha em sua direção, dois dos tiros acertam a cabeça, fazendo uma grande quantidade de sangue jorrar no branco da porta.
Ao se aproximar da saída do quarto, ela examina o corredor colocando sua cabeça a vista, visualizando outros cinco homens, todos vestidos de preto com armas variadas, que disparam dezenas de tiros em alguns segundos e, por pouco, quase matam Faye.
“Droga, Red Dragons... A mulher é mais importante do que eu pensava.”. Valentine pega a pistola do morto, mira para fora do quarto e, sem olhar, dispara todos os tiros do tambor. Sem perder tempo, ela arrasta o corpo do homem para perto de si, o levanta, posiciona-o a sua frente – usando-o como uma espécie de escudo –, e sai para o corredor. Para a sua surpresa, só restavam dois homens vivos; estes não tinham proteção e estavam armados com escopetas, descarregando-as nela. Porém, os dedos frenéticos de Faye fazem sua pistola trabalhar, matando rapidamente os dois com tiros na cabeça.
O corredor agora realmente estava vermelho, e se não fosse pelas paredes manchadas e os corpos espalhados, não se notaria a sujeira nele. Valentine continua segurando o corpo do homem por precaução até o elevador chegar; quando a porta deste abre, revela um outro homem armado, só que com seis tiros no peito e uma poça de sangue embaixo de seu corpo. Faye larga seu escudo e adentra o elevador. Ao recarregar a sua Glock e recolher a pistola Desert Eagle do cadáver ensanguentado, a porta do elevador se abre ao chegar no térreo; revelando aos olhos de Faye, arregalados de medo, o que ela custava a acreditar - mas sanava a sua dúvida em relação ao dono da Desert Eagle: muitos corpos e muito sangue.
Suas mãos armadas tremem com a incontável quantidade de horror naquele Hall: hóspedes com gargantas cortadas, Red Dragons fuzilados, a atendente decepada, os poucos guardas com tiros na cabeça... Todos tinham sido assassinados.
- Ex... Extrem... – gagueja de medo ao ver o homem sujo de sangue que saiu detrás da pilastra do centro do Hall. Suas pernas tremem ao ver o sorriso que ele porta na cara, suas mãos encharcam as pistolas quando viu o fuzil M4A1 que o homem segura, seu corpo esfria e seus pelos eriçam quando a nostalgia que aquele rosto causa veio à tona.
“O que ele está fazendo aqu...? Merda!!”.







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