OMG, Dard Drak está doente?¿ Não deu nem uma semana e já está postando novo capítulo!!
Esse foi dificil de fazer...não de escrever, mas por causa do PC mesmo...reiniciou 4x enquanto eu passava pro Word (que trava depois de uma hora de uso), então foi chato pra caramba =/...Capítulo 8 – O Plano
As palavras ditas por João Carlos soavam como um trovão em meus ouvidos. Assaltar, o banco?
- O que... Mas, onde o livro entra na história? – Pergunto, ainda pensando em suas últimas palavras...
- É aí que ele entra! Foi um modo que Rafael achou para entrar em contato comigo, dias atrás...
**********
Duas semanas se passaram desde aquele fatídico “encontro”.
Ficam rondando minha casa, me vigiando, e nada posso fazer... Paula não suspeita de nada, só Maria, que estranhou ver sempre o mesmo carro dando voltas pela rua, mas a conveci que estava trabalhando demais, e que precisava descansar um pouco...
Não tenho mais privacidade. Não consigo conversar com ninguém sem eles estarem ouvindo e vendo tudo. Depois daquele dia não falei mais com João Carlos, mas precisava de sua ajuda, já que não podia ir à polícia. Mas, como pedir seu auxílio sem eles saberem? Impossível...
Mais um dia de trabalho. Pego meu carro, saio para a rua e logo atrás vem ele: Ícaro, rapaz franzino, que nem de longe se parecia com um bandido, me seguia, dirigindo um Corsa branco, ficando sempre à pelo menos dez metros de distância de mim.
Todo dia faz isso. E todo dia tenho que me conformar com a situação. Talvez seja melhor aceitar logo o que eles pedem...
Sinal vermelho, paro. Observo as pessoas ao meu redor: Em um Gol vermelho, vejo um homem, de aparentemente uns trintas anos, falando no celular enquanto dirige, que idiota... Do outro lado, observo um corcel azul, e uma bela mulher ruiva no volante, em companhia de um jovem rapaz no banco de trás, lendo um livro... Mal sabem pelo que estou passando... Demoro para conseguir ver a capa: Um livro de poesias, de Mário Quintana. Lembro-me de João Carlos, fã fissurado de Ezra Pound e seus magníficos versos. Ia dar um livro desse poeta em seu aniversário, há um mês atrás, mas ele acabou viajando, e não consegui dar o presente... Mas ainda tenho o livro, o deixo no carro, e todo dia leio um poema à caminho do trabalho...
Mas hoje, como ontem, e talvez amanhã também, não estou com cabeça para ler nada. Pego o livro, abro-o em uma página com algum poema qualquer e o marco, tentarei vê-lo mais tarde...
Sinal abre, continuo o meu caminho.
Dez longos minutos passados, chego ao banco. Como rotina, cumprimento todo mundo. O dia passa normal, calmo, sem graça. Rápido...
Sete horas, hora de ir embora, voltar para casa. Deparo-me com um trânsito infernal, estressante. Vinte minutos andando mais devagar que uma tartaruga. Pego o livro, melhor ler um pouco, não vou chegar tão cedo em casa mesmo... Mas quando o pego, meu celular toca, me assusto por alguns segundos, e deixo o livro cair no banco de trás do carro...
- Alô?
- Oi Rafael. Reconhece minha voz?
Era Marcos. Fico preocupado, em choque, desde aquele dia não falava com ele.
- Sim, sem quem é...
- Ótimo! Olha, liguei para perguntar se já decidiu o que irá fazer, se nos “ajudará” mesmo. E então?
- E-eu não sei ainda...- Esqueço que estou dirigindo, quase bato numa Lotação que estava logo à frente...
- Ô Rafael, me decepcionou. Os dias estão passando, e o tempo acabando. Mas não sei o porquê da demora de dizer sim a uma proposta cuja qual se você recusar, se arrependerá, e muito, disso...
- Ligue... Ligue amanhã, conversaremos amanhã.
- Não é você que dá as ordens aqui, que fique bem claro. Mas está bem, tem até amanhã, se passar disso será pior para você. – E desliga repentinamente, grosseiramente.
Suado. Fico suado. Um suor frio, de medo, de pânico. Até amanhã, só amanhã... Só mais um dia...
Onde está o livro? Preciso me acalmar, pensar em outra coisa. Relaxar. O acho, e vejo que com a queda vários papéis, pequenos, saíram de dentro dele. Anotações... Paula... Números de telefone, listas de compras, endereços... Uma foto de nossa filha, Jéssica. Realmente, um bom lugar para se guardar esses tipos de coisas... Um bom lugar...
Um bom...
Isso! Uma boa idéia, boa não, ótima, me vem à cabeça. Uma idéia que, se der certo, poderei falar com João Carlos sem eles perceberem, e assim pedir ajuda.
Extasiado pela idéia que tive, nem reparo que já estava chegando em meu lar. Sou recebido calorosamente por Paula. Jantamos calmamente, conversamos harmoniosamente. Brincamos com Jéssica alegremente, a colocamos para dormir. Fazemos amor, coisa que não tínhamos á semanas. Coisa que não conseguia fazer depois que tudo ocorreu. De um jeito que desconhecíamos há meses. Sinto-me culpado, ela está feliz. Feliz, mas não sabe de nada do que está acontecendo. Não sabe, e, se Deus quiser, jamais precisará saber... Durmo, pela primeira vez, em paz.
Novo dia. Porém, esse não será como os demais. Será diferente. Porei em prática meu plano, ou ao menos, tentarei.
- Tchau querida, já vou indo, pegarei ônibus hoje.
- Por que não vai de carro?
- Sem gasolina – Minto, omito.
- Ah...
Carrego o livro de poesias, de Ezra Pound. Pego também um pedaço de papel e escrevo nele um recado. O coloco dentro do livro e este dentro de minha jaqueta preta, escondendo seu volume.
Saio de casa. Vejo Ícaro, estacionado do outro lado da rua, esperando eu entrar no carro e assim começar a me seguir. Passo direto pela garagem, surpreendendo o rapaz, e vou em direção ao ponto de ônibus, que ficava a uns cinqüenta metros de distância. O vejo pegando um celular...
- Marcos, ele não vai de carro, parece que vai pegar um ônibus.
- Droga! Segue ele, dentro do ônibus!
Meu celular toca. Já até sei quem é...
- Sim?
- Porra, o que é que você está fazendo? Vá pegar seu carro!
- Desculpe... Marcos, está sem gasolina. Vai querer que eu falte ao trabalho?
Silêncio. Pela primeira vez ele ficava sem palavras, não eu...
- Filho da mãe... Se acha que assim não será seguido, está enganado, Ícaro entrará junto com você no ônibus.
- Tudo bem.
Desliga indelicadamente o telefone. Por enquanto, tudo indo bem.
Entro no ônibus. Ícaro senta dois bancos atrás, olhando constantemente em minha direção. Se eu não estiver errado, e espero que não, João Carlos pegará este coletivo para ir trabalhar, já que ele tem um serviço de motoboy em uma firma da Avenida 9 de Julho, pelo menos era o emprego dele há um mês atrás, em nossa última conversa... Antes dono de uma firma, agora empregado, coitado...
Torço também, para, caso seja mesmo esse ônibus que ele costuma pegar, que não se atrase e o perca, senão terei que esperar até amanhã, mas não tenho tempo.
Tempo algum.
Vinte minutos depois, chega no ponto no qual ele deveria ficar. Mas não o vejo. Merda, deve ter se atrasado ou pego outro mais cedo.Terei que fazer isso de novo mesmo, porém não sei como me explicar com Marcos...
Inconformado, decepcionado, sinto o veículo partir. Mas, olhando pela janela do meu lado esquerdo, vejo um homem, correndo de um modo desajeitado, tentando alcançar o veículo... João Carlos! Por pouco...
Consegue entrar. Ainda não me viu. Olho para Ícaro, lendo uma revista, INFO... No instante em que João Carlos passa pela catraca e paga sua passagem, repara em mim, sentado em um banco, junto com uma mulher idosa. Dá um sorriso, um sorriso amigável.
Vem em minha direção. Entro em desespero, não sei como não falar com ele, como ignora-lo, para Ícaro não suspeitar de nada...
Finjo que vou trocar de banco, e vou em direção a ele. Ícaro olha, observa. Vou me aproximando de João Carlos, que levanta a mão direita para me cumprimentar. Olho para o chão, disfarçando que não vejo nada. Esbarro nele, e rapidamente tiro o livro de minha jaqueta e o derrubo no chão.
- Opa, desculpe senhor, estava desatento.
- Mas Ra...
- Tome aqui seu livro – Falo o mais rápido possível, para não deixa-lo dizer nada – Desculpe pelo esbarrão.
Olho em seus olhos. Com uma face séria, chego perto de seus ouvidos e sussurro “Não fale comigo” e entrego o livro, mostrando a página que continha o bilhete.
Confuso, olha para mim. Vejo que não está entendendo nada, mas não o culpo, eu na mesma situação ficaria sem ação também... Mas mesmo assim, obedece o que digo:
- Ah, é... Obrigado rapaz, não foi nada...
Ícaro parece ter desconfiado de algo, mas logo depois ignora João Carlos e volta a ler o artigo de computadores da revista, mas me olhando de vez em quando... João Carlos senta no fundo do ônibus, e lê o bilhete...
Deu certo...
Dard*Esse pode estar meio chato, mas os próximos melhorarão...e também falem o que achou dessa mudança de narrador no começo do capítulo =x, tipo, se ficou estranho e talz...![]()
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