Para compensar o atraso de duas semanas por causa de projetos urgentes e provas finais, escrevi duas partes e juntei numa só. Tá ai, e até mais!xD
Na parte anterior...
— Cerca de dez soldados com roupas especiais contra o gelo, nenhum grande problema. E vejo que aquele robô também se foi, não?
— Sim. – respondeu Thresdárius. – Mas nós precisamos decidir o que faremos agora, antes que mais destes cheguem.
— Certo. – concordou Shalkan.
Capítulo 6(parte II)
Separação
Gustaf, Stryder e Dard
Os três começaram a caminhar de volta para o santuário, e Thresdárius começou:
— Muito bem. O certo com certeza seria ficarmos aqui e esperar os outros guardiões chegarem, mas me parece que a situação se agravou.
— Exato – continuou Shalkan. – Onilink não sei por qual motivo começou a voar em direção à base inimiga, mesmo gravemente ferido, e Sigma ainda não voltou com a ajuda que prometeu trazer, e isso faz bastante tempo. Na pior das hipóteses ambos foram capturados e precisamos resgatá-los.
— Enquanto eu voltava para cá – disse Wind – eu descobri a localização da base inimiga, portanto pelo menos eu tenho que ir para lá, porque sei o caminho.
— Mas isso é mais complicado do que parece Wind. – respondeu Thresdárius. – Eu investiguei também enquanto voltava para cá, e como foi me dito pelo próprio Stryder antes de eu saber de sua traição, Heenett e Sigma foram detidos enquanto tentavam entrar na base. Esse lugar não me parece nada inofensivo, devemos tomar muito cuidado.
Os três permaneceram durante algum tempo lá, em silêncio. Shalkan então disse:
— É melhor entrarmos no santuário.
Thresdárius concordou com um aceno de cabeça, e Wind permaneceu pensativo. Os três então começaram a caminhar em direção ao santuário, a passos lentos, todos pensando no que deveriam fazer.
— Pelo menos um de nós – começou Shalkan, ainda pensativo. – Tem que ficar no santuário, para protegê-lo e para o caso de algum outro guardião chegar. É também melhor que pelo menos dois guardiões invadam a base, por segurança, o que nos deixa num impasse. Quem fica, e quem vai?
Ninguém respondeu. Eles adentraram o santuário, e se colocaram em frente ao pilar central, e Shalkan começou a observá-lo distraidamente. Ele foi passando os olhos pela figura... Viu a figura de um guardião vestido de bruxo soltando rajadas de chamas, viu a figura de um guardião alado brandindo a espada majestosamente, viu a figura de um guardião com as mãos para o alto, aglomerando nuvens...
— Eu fico. – disse ele, convicto. – Eu sei que sou plenamente capaz de proteger o santuário caso apareçam mais Mechas ou soldados, e vocês dois que são mais experientes é que deveriam ir para essa base.
Thresdárius levou a mão ao queixo, pensou por alguns segundos, depois disse:
— Sim... Tem razão Shalkan, acho que é o melhor a ser feito. Wind, o que acha? – Falou Thresdárius,
— Eu concordo. – disse Wind, calmamente.
— Então, está decidido. Wind e eu iremos até a base inimiga para saber do paradeiro de Sigma e Onilink, e se for o caso resgatá-los, enquanto Shalkan protege o santuário. Todos estão de acordo?
— Sim. – confirmou Shalkan.
— Sim. – disse Wind.
O silêncio então pairou no ambiente. Thresdárius, então, começou a caminhar de volta para o portal do santuário, acompanhado de Wind. Acho chegar lá, nuvens negras voltaram a se reunir no céu, e ele disse:
— Lembre-se Shalkan, todos os guardiões devem estar reunidos para que possamos reavivar o conselho. A proteção do santuário é vital e, e eu sei que você conseguirá cuidar das coisas aqui sozinho.
— Serei sim capaz, mestre. E não se preocupe, eu tenho algo para emergências.
— Então – disse Thresdárius – que assim seja!
E quando um raio atingiu o chão, bem perto do santuário, Thresdárius sumiu. E num piscar de olhos, Wind havia ido também. Shalkan então, após um tempo, começou a voltar para o seu salão. Ele, no fundo, estava com um pouco de medo. Consigo mesmo, pensava: “Eu só espero ser capaz de derrotar aquelas coisas, não pode ser como da primeira vez, ou tudo acabará, definitivamente.”.
Quando chegou ao centro de seu salão, ajoelhou-se e fechou os olhos. Agora, ele precisava esperar.
Gustaf estava em seu laboratório, em silêncio. Ele examinava a abotoadura com uma lente de aumento extremamente concentrado. “É muito estranho...” Pensou ele. “Essa porcaria parece uma espada em miniatura... e somente uma espada em miniatura! Como eu faço isso funcionar?”. Apesar da irritação com a espada, ele estava extremamente satisfeito. Dois guardiões mortos, um preso e duas armaduras e um artefato à sua disposição para analises, e provavelmente os outros guardiões viriam, e cairiam como patinhos em sua armadilha. Estava tudo indo conforme o planejado. Gustaf continuou divagando dessa maneira, até que subitamente uma grande sombra começou a envolver todo o laboratório, de modo que segundos depois já não se podia ver nada.
Gustaf revirou os olhos. Apesar de tudo, aquele guardião tinha umas frescuras que enchiam a paciência. Porque diabos ele não simplesmente aparecia, ao invés de fazer toda aquela cena? Gustaf virou a sua cadeira, e sem poder ver nem mesmo seu próprio corpo, disse:
— Olá Rafael.
Dois olhos completamente vermelhos apareceram na escuridão. Só os olhos.
— Já disse para não me chamar assim. – disse Stryder, impaciente. – Eu já te avisei que tenho minhas restrições.
— Se você quer que eu lhe trate como se deve, pare de envolver meu laboratório nessa sombra toda vez que aparece. – respondeu Gustaf, irritado.
— Eu não posso correr risco de ser visto, mas você sabe que não tem escolha a não ser fazer o que digo, ou prefere que eu o force a isto?
— Não precisa partir para a ignorância. – disse ele, aborrecido. – Além do que, você não ganharia nada me matando, ganharia?
— Eu não preciso te matar, cientista.
Essa frase foi seguida de um silêncio que durou cerca de um minuto, nos quais Gustaf ficou fazendo pequenos movimentos com os dedos, impaciente. Ele detestava aquela escuridão, e aqueles olhos vermelhos na escuridão. Ta cedo quanto pudesse, daria cabo neste guardião também.
— Então, diga logo, como foi a operação? – falou Gustaf, impaciente. Ele sentiu uma mão gelada tocar seu pescoço e o apertar, de modo que ficou com uma leve falta de ar.
— Eu não sou um soldado,seu cientistazinha de meia tigela. Nós temos um acordo que não envolvia desrespeito da sua parte, então se preza sua vida pare de falar desse jeito, porque eu posso muito bem te matar agora mesmo e seguir com o plano sozinho, mesmo que você não acredite nisso.
Gustaf engoliu ao seco, e ficou em silêncio, esperando que o aperto afrouxasse. Após algum tempo, Stryder retirou sua mão do pescoço de Gustaf e voltou para a posição anterior. Enquanto Gustaf massageava o pescoço, Stryder disse:
— Os dois mechas e os dez soldados que atacaram o santuário foram completamente destruídos, mas eles provaram seu valor e mostraram seu potencial, porque aqueles dispositivos de fogo foram o bastante para fazer o guardião do gelo pedir ajuda para os outros. Só não acredite que eles vão se deixar intimidar, porque agora os Guardiões estão muito melhor preparados pra qualquer coisa que venha, e o guardião do gelo tem em si força o bastante para derrotar vários desses, então ao menos que você planejando uma operação imensa, é melhor pensar bem antes de tentar invadir o santuário de novo, pois tudo isso tem sido um desperdício de material e vidas.
Gustaf, que havia assistido toda a operação por um vídeo, sabia que ele tinha razão. Após aquele ataque surpresa os guardiões estariam muito mais preparados, e os soldados estavam se tornando praticamente inúteis no campo de batalha. Um plano já se formava em sua cabeça: ele iria começar a retirar os soldados e deixar apenas Mechas patrulhando as florestas, de modo que...
— Preste atenção! – disse Stryder, subitamente. – Eu sei que você está ai divagando então pode parar, porque minha paciência não é eterna. Como foi a sua parte?
— Um sucesso. – disse Gustaf. – O guardião do ácido está preso, sendo que a sua armadura está sob posse minha, e o guardião do céu está preso junto da família, sendo que seu artefato também está sob meu poder. – Não convinha contar ao guardião que Onilink estava morto, pois aquilo não fazia parte do trato inicial, ele havia deixado bem claro que queria os guardiões vivos, mas... Quem se importava? A intenção no final era matar todos de qualquer jeito, ou pelo menos era o que ele, Gustaf, pensava.
— Certo. – disse Stryder. – Nesse caso, continuamos com o plano. Eu tentarei interceptar guardiões que estejam indo para o santuário, e tentarei fazer com que eles se unam à minha causa. Enquanto isso você faz as suas análises nos artefatos e continua a preparar as coisas aqui na base. Como por enquanto é só, adeus.
— Certo então. – disse Gustaf. – Adeus.
Os olhos vermelhos sumiram na escuridão, que começou a se dissipar do quarto, como se puxassem uma manta escura que cobria as paredes. Quando tudo clareou, não havia nem sinal do Guardião.
“Filho da mãe”. Pensou Gustaf, mal humorado. Aquele cara iria morrer, e ele iria fazer questão que fosse uma morte extremamente dolorosa.
Pouco tempo depois, cerca de meia hora, e Stryder já havia voltado para o cume da montanha que dava vista para toda a floresta ao redor do Santuário. As árvores eram altas demais para poder se ver o santuário de perto, e misteriosamente a vista aérea do santuário mostrava apenas uma parte da floresta, de modo que não era possível se achar o santuário sem se estar do lado do mesmo. Na época da descoberta do santuário isso perturbou muito os cientistas, que ainda tentavam achar uma explicação ciêntifica para tal fato.
Stryder ficou observando toda a floresta ao redor do santuário, extremamente atento, mas sem conseguir ver nada senão soldados em patrulha. Mas, algum tempo depois, ele notou que em um ponto fora da floresta a terra se movimentada levemente para cima, em linha reta, como se algo estivesse se arrastando por debaixo do solo. Sem hesitar, Stryder usou as sombras para se transportar até o local, e percebeu que havia algo ou alguém sob o solo. O que quer que fosse, parou de se mover, e após alguns segundos, saiu do solo.
Tinha um sobretudo cobrindo todo o corpo, marrom como a terra. Não era possível se ver seu rosto, mas ele era da mesma altura de Stryder. Este, por sua vez, disse:
— Precisamos conversar Dard, é sério.
E eles conversaram, por muito e muito tempo.
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