Capítulo 5 – A Senha...
Não, não podia ser ele, seria muita coincidência. Por que estaria no meio ? O que, afinal, estaria acontecendo?
Saio apressadamente de casa, faço tudo correndo para pode ir logo ao trabalho. Dou apenas um “tenha um bom dia” a Gustavo, e vou-me embora, junto com Davi para levá-lo à escola. Queria falar com ele, compartilhar o que eu estava sentindo e sabia, mas... Ele entenderia, compreenderia?
Me ajudaria?
No trabalho não consigo pensar em mais nada a não ser nessa “peça” que o destino havia de pregado... Não agüentando mais, pego meu celular e ligo para aquele homem, amigo de Rafael, afim de marcar um horário para podermos nos encontrar e conversar sobre o assunto. E também tinha o livro, na qual eu havia trazido junto comigo...
- Alô, senhor João Carlos?
- Sim, ele mesmo – Responde, com a respiração meio ofegante.
- Sou eu, Vanessa, do banco. Preciso urgentemente falar com o senhor. É sobre seu amigo, Rafael.
Silêncio. Demora alguns segundos para finalmente dizer algo:
- Sim, sim, entendo. Mas, onde podemos nos encontrar?
- Hum, que tal no restaurante Bracia, dentro do shooping aqui perto, ao meio-dia?
- Claro, está ótimo. Até meio-dia então.
- Até, tchau – E desligo o celular.
Já um pouco mais aliviada, volto ao meu serviço... Vanessa, pare de pensar nisso, daqui à pouco você saberá o que...
- Vanessa, poderia vim aqui um minuto? – Chama meu chefe, Sr. Augustus, dono do banco Santander, no qual eu trabalho. Um homem de cinqüenta e poucos anos, porém com físico de quarenta, sem aquela “barriga de chopp” comum aos homens de sua idade. Branco, e estatura até que alta, com belos cabelos grisalhos, mas que visivelmente poderia se notar que era uma peruca...
- Ah, sim senhor - E vou atrás dele, o acompanhando.
Ele segue andando para os fundos do banco, onde se localizava o caixa-forte principal, do qual nunca tive autorização de me aproximar. Para se chegar até ele, deveria atravessar nada menos que três portas de metal, que poucas pessoas passavam e tinham permissão para tal...
- Senhor, por que está me trazendo aqui?´
- Bem, Vanessa, sabia que só duas pessoas do banco inteiro têm as senhas desse cofre?
- Não é só o senhor?
- Claro que não – E dá um singelo sorriso – Seria perigoso demais só eu possuir isso.
- Sei... Mas, o que eu tenho a ver?
- O que tem a ver? Tem a ver que a partir de agora parte da senha ficará com você!
- E-eu ?
- Sim. Quem ficava antes era Rafael, mas dois dias antes dele se demitir ele trocou a sua senha e passou a mim. Desde então só eu tinha acesso ao cofre. Mas agora vou passar a você também, por que além de ser uma função do seu novo cargo, tenho plena confiança em ti, já que trabalha conosco à mais de dez anos, e desde então foi ganhando uma promoção atrás da outra aqui.
- Entendo...
- Então, chega de conversa, e vamos logo com isso, daqui a pouco chega o carro-forte do dia.
Ficamos ao lado do cofre. Um ostentoso cofre de aço com densas e enormes trancas por ambos os lados esquerdo e direito.Quatro câmeras de vigilância olhavam cada qual para uma direção diferente, não deixando um canto sequer da área ao redor do cofre sem ser vista...Creio eu que, sem as senhas, para alguém entrar ali só seria possível com poderosas bombas, mas que destruiria tudo à volta!
Do lado esquerdo se encontrava um pequeno teclado preto, acoplado a um também pequeno monitor. E junto havia um aparelho estranho, não sabia o que era...
- Primeiro vou digitar a senha de Rafael e cancelá-la, assim você poderá incluir a sua. Por favor, fique atrás daquela faixa vermelha.
Faço o que ele pede e fico atrás da faixa citada, que se situava a três metros do cofre e do monitor, impedindo a visualização do mesmo.
Logo vejo o que era o “estranho” aparelho que eu desconhecia: Era um identificador de digitais, na qual Sr. Ausgustus colocara seu polegar direito em um minúsculo visor, que emitiu uma luz infravermelha e scanneiou seu dedo, confirmando a senha.
- Pronto, agora pode vim digitar a nova senha. Ela tem que ter entre dez e quinze caracteres, com números e letras.
- Certo.
Vou no teclado, e penso em que eu basearia o código. Uma data importante, um momento inesquecível ? Não, seria óbvio demais...
Já sei.
- Senhora Vanessa, já terminou? – Indaga geltimente Sr. Augustus, após alguns segundos me esperando atrás da faixa vermelha.
- Ah já, só falta as digitais. – E coloco meu polegar direito em cima do visor, na qual confirma o novo acesso.
Depois disso, Sr. Augustus digita sua senha. E as grossas trancas, seis no total, se separam, com cada uma indo para lados opostos, e a porta de aço se abre, para dentro do cofre, revelando a enorme quantia de dinheiro que havia nele: Barras de ouro, dezenas de sacos com notas em real, dólar, yens, francos, libras, euros, de todos os tipos... Enfim, uma quantia enorme.
- O senhor sabe o valor exato que tem aqui? – Pergunto, ainda um pouco espantada com o que via.
- Até ontem, haviam vinte milhões, só em reais, mas isso depende do dia. Em feriados, é bem mais.
- Nossa, bastante coisa...
- É. Bem, vamos indo? – Diz, com um tom autoritário.
- Ah, vamos, já é quase meio-dia. Tenho que passar em um lugar.
- Mas esteja aqui até as duas da tarde, horário que chega o carro-forte.
- Pode deixar – E saímos do cofre e ele o tranca, tendo que nós dois digitar a senha de novo para isso, e andamos de volta ao salão principal do banco.
- Bem senhora Vanessa, se for almoçar, recomendo o restaurante do outro lado da rua, lá fazem uma comida magnífica. Eu estou indo lá, não quer ir junto?
- Não, obrigada, tenho de ir em outro lugar primeiro. Até mais! – Era um homem simpático, mas muito depravado. Era conhecido seu hábito de assediar todas as funcionárias do banco.
- Até.
Não tinha tempo para comer. Tinha que me encontrar logo com João Carlos e entender de uma vez o que estava havendo.
Hum, esse eu tentei melhorar, mas não consegui, particulamente achei o pior capitulo até agora...
Dard*