Fiz dessa a segunda parte do capítulo 4, achei que ficou horrivel(como sempre), mas espero que gostem!
Capítulo 3 - parte II
Em uma estrada não muito longe daquela cidade, rugia o som de uma motocicleta em movimento. O ocupante do veículo tinha cabelos grandes que desciam até o meio das costas, um rosto cheio de cicatrizes e com a barba a fazer. Ele usava óculos escuros, uma camisa branca, larga e rasgada, e uma jeans também rasgada em alguns pontos, presa à sua cintura por uma corrente. Ele usava um sobretudo marrom escuro, uma pulseira preta, botas que subiam até o joelho, e nos seus ouvidos haviam fones que tocavam o melhor do rock pesado. A motocicleta em si também impressionava, era um modelo grande, caro, todo preto, com detalhes prateados e pinturas de crânios. E o motoqueiro seguia estrada afora.
Pouco mais de um quilometro depois, o motoqueiro notou um bloqueio na estrada. Dois caminhões do exercito fechavam o caminho, e uns cinco soldados vestindo fardas verdes e armados com metralhadoras garantiam que nenhum espertinho iria tentar passar à força. Aquele que tentasse, iria ter os pneus e a cabeça perfurados por balas cobertas de teflon, um tecido que aumentava a perfuração do tiro.
“Porcaria” – pensou o motoqueiro. Ele sabia que iria acabar encontrando algo assim, mas esperava que fosse numa proximidade maior da cidade. Daquele jeito, ele não poderia escapar despercebido, ele teria que improvisar. Ele sorriu. De certo modo, era daquilo que ele gostava.
— Alto! – disse um dos soldados, cuja voz estava de alguma forma sendo amplificada – Pare o veículo e saia com as mãos para cima!
A moto continuava se aproximando.
— Pare, repito, PARE! – insistiu o soldado – Se não parar, iremos abrir fogo!
A moto não parava.
— Este é seu ultimo aviso! – disse, mas a moto continuou se aproximando – Certo, iremos abrir fogo! – falou, apontando a metralhadora para os pneus da motocicleta – Preparar, apontar, e...
A moto, naquele exato momento, fez uma curva, derrapando na estrada, e parou, paralela aos soldados, cujas metralhadoras continuavam firmemente apontadas para a motocicleta e para o motoqueiro.
— Desculpe, eu não estava ouvindo – disse o motoqueiro, apontando para os fones – e também não tinha notado o bloqueio, estava quase dormindo na direção, é o que acontece depois de quase desesseis horas andando sabem? Bem, em que posso ajudá-los?
— MÃOS AO ALTO – berrou o soldado.
— Certo, certo, não precisa atirar! - disse o motoqueiro, levantando as mãos, parecendo extremamente entediado.
Um dos soldados largou a metralhadora e pegou um detector de metais. Outro algemou o motoqueiro, enquanto um terceiro o revistava. Dos dois restantes, um começou a fazer uma busca na moto, enquanto o outro apotava a metralhadora para a cabeça do motoqueiro.
Encontraram apenas um MP3 player, uma garrafa com um líquido transparente e uma seringa.
— O que é isso? – perguntou um dos soldados.
— Aquilo ali é um tocador de MP3. Na garrafa tem insulina – disse, indicando a garrafa com um dos pés – Eu sou diabético. A seringa é pra injetar o líquido no meu corpo, obviamente.
— Diabético? – perguntou o soldado, extremamente desconfiado – Nesse caso, onde está seu medidor de glicose sanguínea?
— Esqueci – disse o motoqueiro, sorrindo. Com um súbito movimento, mais rápido que a reação de qualquer soltado, o motoqueiro levou um dos pés ao ar e deu um chute na metralhadora, arremessando-a para longe. Em seguida, derrubou os dois que o revistavam com um giro e uma rasteira, e golpeou a têmpora do que fazia as perguntas, fazendo-o ficar inconsciente. Com um rolamento, derrubou um quarto soldado que vinha por trás, e derrubou o quinto com um chute na face. Em seguida, golpeou as têmporas dos soldados que ainda estavam caídos, levando-os ao mundo dos sonhos. Ele disse:
— Tsc. Voluntários. É isso que dá pegar civis sem treinamento e botar pra fazer um serviço desses. Eles nem tinham treinamento de luta corpo a corpo, e nem são profissionais, nem deixaram ninguém de cobertura!
Ele pegou um molho de chaves do cinto de um, abriu as algemas, pegou a garrafa e a seringa, e montou na motocicleta. Em seguida, colocou os fones de ouvido, pegou o tocador de MP3, e apertou um botão. A lista de músicas na tela foi substituída por um mapa de toda a região. Nesse mapa, dois pontos vermelhos se moviam lentamente. Segundo a escala, eles estavam há uns sessenta quilômetros de distância.
Sem dizer nada, o motoqueiro ligou a moto, e botou o MP3 pra tocar a música que ele estava ouvindo. Em seguida, continuou seguindo estrada afora. Ia ser um longo dia.
Heenett e Sigma ainda corriam pelos destroços, nesse momento próximos à saída norte da cidade. Um silencio sobrenatural pairava sobre os dois , sendo os únicos barulhos que eles ouviam o som de seus passos sobre os destroços.
— Como você pretende chegar à base central Heenett? – disse Sigma – Não sabemos o local da base, e ela provavelmente é muito bem protegida..
— Segundo as informações que eu consegui naquele site, o plano era cercar as cidades bombardeadas com soldados e destruir todas as formas de comunicação que os sobreviventes poderiam ter. Como a Internet naquele abrigo ainda estava funcionando, eu acho que eles ainda estão ocupando os arredores da cidade. Provavelmente querem impedir que sobreviventes peçam ajuda, é muito mais conveniente para eles que pensem que não houveram sobreviventes...
— Certo mas... como isso nos ajuda a chegar na base deles?
— Vamos seguir pela estrada norte e pelos arredores da cidade até encontrarmos soldados. Vamos falar que temos informações sobre sobreviventes. Eles provavelmente vão nos prender e levar a interrogatório, coisa que, se tivermos sorte, vai acontecer na base central.
— Tem muitas coisas nesse plano que podem botar tudo a perder.. mas bem, e se não tivermos sorte?
— Ai, Sigma, vamos ter que dar um jeito.
Por baixo da máscara, sigma sorriu. Heenett parecia encarar aquilo tudo como um jogo. De certo modo, era o melhor a se fazer, pois não era bom pensar no que estava acontecendo em volta, isso poderia fazer a pessoa se desesperar. Essa maneira de pensar poderia ser exatamente aquilo que os salvaria. Ou não, é claro. Mas não tinham outra opção, de modo que tudo o que ele que podia fazer era concordar e seguir adiante com a idéia, esperando que nada desse muito errado...
Pouco tempo depois, eles estavam na estrada principal e seguindo para o norte. Heenett disse que o país que soltara as bombas era um país do norte, então era de lá que as forças viriam. No inicio, a estrada parecia mais do que deserta, e o único som de motor que eles haviam ouvido havia parado já fazia algum tempo.
Cerca de meia hora antes, o motoqueiro percebeu que os dois pontos vermelhos vinham de encontro a ele, pela estrada. Ele não podia ser visto ainda, de modo que parou sua moto, a escondeu, e ficou de tocaia, esperando que eles aparecem para começar a segui-los a pé.
Cerca de duas horas depois, Heenett e Sigma avistaram um comboio de cinco caminhões. Rapidamente, eles pararam e começaram a fazer sinal com os braços, pedindo aos caminhões que parassem.
O comboio de caminhos parou quando a frente do primeiro estava ah trinta centímetros do rosto de Sigma. O motorista do caminhão tirou a cabeça pra fora da janela e disse:
— EI, qualé a de vocês caras?
— Nós estávamos... – começou Sigma, mas foi interrompido por um soldado armado que acabara de aparecer. Ele usava uma armadura negra ultraleve e um capacete multifuncional, esse era um profissional.
— Parados, mãos ao alto – disse o soldado, com a voz filtrada pelo capace – Entrem no caminhão!
O soldado os algemou e os levou até o ultimo caminhão e os colocou na parte traseira. O comboio era composto de dois caminhões negros e militares nas extremidades, e caminhões cinzentos com um estranho logotipo na parte interna do grupo. O logotipo era de uma dupla hélice de DNA dentro de um globo ocular. Sob o logotipo, estavam os dizeres “Desenvolvimentos G&M”
Heenett e Sigma foram colocados entre caixotes, aparentemente era um caminhão de carga.
— Não interessa o que vocês queiram – disse o soldado, com a voz amplificada pelo capacete – vocês vão ficar ai e serão levados à central. Não façam perguntas e as coisas vão ficar bem pra vocês, fui claro? Ótimo – terminou, fechando a porta do caminhão
“Foi mais fácil do que imaginei” pensou sigma. Em seguida, disse:
— O que acha daqueles logotipos?
— Falamos depois, esses caminhões devem ter escutas
Sigma assentiu em silêncio. Falariam depois. Naquele momento, deveriam esperar chegarem ao seu destino. Seja lá qualquer que fosse o destino deles, era o melhor que eles poderiam ter feito já havia sido feito, agora só restava esperar. Sigma começou a se lembrar dos tempos em que treinava, dos tempos em que dedicava-se somente aos estudos e ao treinamento. Eram tempos árduos, mas ele gostava. Ele se lembrava daquela vez em que seu mestre o repreendera por roubar comida no refeitório, se lembrava de seus colegas...
E em meio a essas lembranças tranqüilas, Sigma adormeceu.
O motoqueiro observava o comboio se afastar. “Merda” pensou. Em seguida, começou a correr em direção ao lugar onde tinha deixado a sua moto, torcendo para que o comboio não se afastasse muito. Ia ser realmente um looongo dia.
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