Estava eu tentando ,em um esforço hercúleo ,colocar a leitura desta fic em dia quando me deparei com o seguinte trecho:
Spoiler: seguinte trecho
Um segundo após, Jason atingiu o braço direito da mulher com um chute rodado e conseguiu desarmá-la, atirando seu machado para longe, que deslizou pelo chão com um ruído seco de ferro atritando com pedra.
Jason ignorou momentaneamente a Espada de Crunor e, aproveitando-se do momento de paralisia parcial de Apocalypse, armou-se e disparou socos, chutes e cotoveladas em cada parte do corpo da mulher que conseguiu alcançar. John não fez menção de interrompê-lo em momento algum; sabia que o cavaleiro colocava para fora sua frustração e o fato de que Apocalypse criara uma confusão e tanto.
Em breve, o som do maxilar da mulher sendo partido foi ouvido. Na sequência, uma sucessão de chutes desferidos por Jason rompeu boa parte das costelas de Apocalypse. Um pisão frontal fez com que seu joelho esquerdo se torcesse em um desconfortável ângulo, para trás. Ato contínuo, Jason simplesmente decepou o braço direito da mulher com a Espada.
Quando Apocalypse finalmente pode se mover, não conseguiu sair do lugar. Seu corpo parcialmente destruído pendeu para trás e ela desabou no chão, os sustentáculos de seu eu físico totalmente inutilizados.
Ela tentou abrir a boca para falar, mas seu maxilar estava severamente comprometido. John olhou para Jason.
— Acabe com isso – orientou.
Jason olhou para ela com nojo.
— Acho que vou deixá-la sofrendo exatamente onde está.
— Não me parece conveniente e nem necessário. Jason, nosso tempo urge. Acabe com isso agora, ou…
Jason levantou a Espada e, sem cerimônias, arrancou a cabeça de Apocalypse.
Chocado com a descrição da cena ,não me resta nada mais a fazer além de divulgar o seguinte edital:
O MM juiz titular do cartório da 1 ª Vara de Carlin, faz saber que o Promotor de Justiça denunciou Jason Walker, acusado nos autos de nº 321 oriundo do inquérito policial nº 7 como incurso na ação penal – procedimento sumário – Lesão corporal decorrente de violência doméstica (Art. 129 § 9º e/ou § 11º Como não tenha sido possível citá-lo(a) e nem notificá-lo(a) pessoalmente, por se encontrar em local incerto e não sabido, pelo presente edital, cita e notifica o(a) referido(a) acusado(a) para responder aos termos da ação penal, por escrito, no prazo de dez (10) dias onde poderá arguir preliminares e alegar tudo o que interessa à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas. Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o(a) acusado(a) citado(a), não constituir defensor, o juiz nomeará defensor etc, etc e etc...
23-08-2017, 14:34
Iridium
Saudações!
Todos que já chegaram antes de mim pontuaram aquilo que eu gostaria. Venho aqui para dizer que continuo, sim, lendo e apoiando sua história =)
Continue, por favor!
Abraço,
Iridium.
24-08-2017, 10:46
Neal Caffrey
Spoiler: Respostas
Citação:
Postado originalmente por CarlosLendario
Dude. :yousir:
Que capítulo excelente. John ir parar no inferno não foi nem um pouco esperado por mim. É como se fosse um ato de traição do próprio Crunor. Ter que ir pro inferno pra resgatá-lo vai deixar as coisas ainda mais complicadas.
Vejo que o livro será um pouco maior que os outros, Neal. Agora, eles terão que passar pelos desafios do inferno para resgatar John, e ainda lidarão com uma batalha incerta contra as tropas de Lúcifer lideradas por Cain, de onde pode vir muitas outras. Sinceramente, não sei o que esperar, mas o resultado pode até ser positivo. Pois, dessa vez, Jason e companhia estão fazendo o possível para impedir o fim de Tibia.
E outro ponto alto foi a zoação com o Jason por ter afogado o ganso. Realmente, ele deveria ter feito isso longe do Leonard. Afinal, é o Leonard.
Esqueci de comentar também: Tente fazer os cinco contos. Ferumbras fora mencionado como alguém até pior do que Lúcifer no capítulo retrasado, e achei isso muito interessante(mas o foco me foi tirado por causa da pegação nervosa do final) e até renderia uma história boa e um final de ouro. Considere isso.
A intenção é justamente essa, Carlinhos. Ainda quero inserir Ferumbras nas nossas histórias e espero que possa fazê-lo aparecer em breve, embora ainda não tenha noção de como isso será feito.
Assim como pontuei em Blood Trip, vou seguir seu conselho e elaborar os cinco contos. Evidentemente, ainda não faço ideia de como isso será feito, de que forma um conto vai puxar o outro, mas esse é o menor dos problemas.
Obrigado pela sempre fiel presença. A exemplo de como você faz comigo em Blood Trip, espero manter sua atenção sempre presa aqui.
Citação:
Postado originalmente por Senhor das Botas
Excelentes últimos capítulos, como sempre.
Como o Carlão pontuou, essa "traição", com John indo pro inferno no final... Quero ver se ele vai realmente vai lutar no lado de Jason no final das contas, e vai levar isso como "um teste de Crunor" (eu diria zueira de Crunor uheuhe), e não como uma traição mesmo. Vamos ver como até mesmo um ser celestial aborda a questão do "Criador trazendo desgraça aos bons".
De resto, mais uma vez o Carlinhos pontuou o seu humor. Mesmo num momento de desgraça, a comicidade do Leonard soltando um "cheiro de cú", mó aleatório, no meio do enterro de alguém querido, além da famosa "primeira vez" do Jason...
Enfim, mais uma vez, venho postar para pedir que não pare, e que há muitos leitores que acompanham, embora nem sempre comentem( vem sendo meu caso).
Grande Botas! Obrigado pelo retorno.
Cara, lembro-me até hoje de quando estava criando o personagem de Leonard Saint e como tinha a intenção de fazê-lo ser mais do que era e menos do que se tornou. Infelizmente, não posso fazer de Leonard um personagem obtuso na totalidade do tempo; ele tem seus momentos de seriedade e de importância pro próprio deslinde da história, mas não nego que o foco é o humor, e não escondo que, embora Jason Walker seja o personagem principal, está longe de ser meu personagem favorito.
Compreendo o que dizes e sempre faço as postagens aguardando o seu retorno. Espero vê-lo mais vezes, é claro, dentro daquilo que o tempo permitir.
Citação:
Postado originalmente por Glauco
Estava eu tentando ,em um esforço hercúleo ,colocar a leitura desta fic em dia quando me deparei com o seguinte trecho:
Spoiler: seguinte trecho
Um segundo após, Jason atingiu o braço direito da mulher com um chute rodado e conseguiu desarmá-la, atirando seu machado para longe, que deslizou pelo chão com um ruído seco de ferro atritando com pedra.
Jason ignorou momentaneamente a Espada de Crunor e, aproveitando-se do momento de paralisia parcial de Apocalypse, armou-se e disparou socos, chutes e cotoveladas em cada parte do corpo da mulher que conseguiu alcançar. John não fez menção de interrompê-lo em momento algum; sabia que o cavaleiro colocava para fora sua frustração e o fato de que Apocalypse criara uma confusão e tanto.
Em breve, o som do maxilar da mulher sendo partido foi ouvido. Na sequência, uma sucessão de chutes desferidos por Jason rompeu boa parte das costelas de Apocalypse. Um pisão frontal fez com que seu joelho esquerdo se torcesse em um desconfortável ângulo, para trás. Ato contínuo, Jason simplesmente decepou o braço direito da mulher com a Espada.
Quando Apocalypse finalmente pode se mover, não conseguiu sair do lugar. Seu corpo parcialmente destruído pendeu para trás e ela desabou no chão, os sustentáculos de seu eu físico totalmente inutilizados.
Ela tentou abrir a boca para falar, mas seu maxilar estava severamente comprometido. John olhou para Jason.
— Acabe com isso – orientou.
Jason olhou para ela com nojo.
— Acho que vou deixá-la sofrendo exatamente onde está.
— Não me parece conveniente e nem necessário. Jason, nosso tempo urge. Acabe com isso agora, ou…
Jason levantou a Espada e, sem cerimônias, arrancou a cabeça de Apocalypse.
Chocado com a descrição da cena ,não me resta nada mais a fazer além de divulgar o seguinte edital:
O MM juiz titular do cartório da 1 ª Vara de Carlin, faz saber que o Promotor de Justiça denunciou Jason Walker, acusado nos autos de nº 321 oriundo do inquérito policial nº 7 como incurso na ação penal – procedimento sumário – Lesão corporal decorrente de violência doméstica (Art. 129 § 9º e/ou § 11º Como não tenha sido possível citá-lo(a) e nem notificá-lo(a) pessoalmente, por se encontrar em local incerto e não sabido, pelo presente edital, cita e notifica o(a) referido(a) acusado(a) para responder aos termos da ação penal, por escrito, no prazo de dez (10) dias onde poderá arguir preliminares e alegar tudo o que interessa à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas. Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o(a) acusado(a) citado(a), não constituir defensor, o juiz nomeará defensor etc, etc e etc...
HAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHA baita de um despacho, diga-se de passagem. Mas, por residir em local pública e notoriamente conhecido, tenha certeza de que a intimação chegará às mãos de Jason Walker e ele se apresentará em juízo, não se preocupe.
Obrigado, pela presença, Glauco. Divertido e importante como sempre.
Citação:
Postado originalmente por Iridium
Saudações!
Todos que já chegaram antes de mim pontuaram aquilo que eu gostaria. Venho aqui para dizer que continuo, sim, lendo e apoiando sua história =)
Continue, por favor!
Abraço,
Iridium.
Tô de olho na senhora, viu, dona moça? Você que ouse me abandonar.
CAPÍTULO 15 – ATÉ OS CONFINS DA TERRA
Jason ainda estava tentando lidar com o fato de que Crunor não intercedera em favor de John em sua morte para livrá-lo da danação, ao passo que arrumava sua mochila com os pertences mais essenciais que pudesse reunir para a nova expedição. Dos arcanjos, somente Rafael iria se engajar na missão; Miguel e Gabriel ficariam para auxiliar na proteção da cidade e para lapidar o plano de Jason de atacar Lúcifer antes que Lúcifer os atacasse.
Naquele momento, ninguém ousava dirigir palavra a Jason, que tinha cara de muito poucos amigos. No interregno da informação que recebera até aquele momento, tinha sérias dificuldades para compreender o que Crunor realmente planejava, como é que realmente pensava e quais eram seus critérios para a definição dos salvos e dos condenados. Nunca havia questionado mais os desígnios do Criador do que naquele momento.
Leonard entrou timidamente no quarto do cavaleiro, seguido de Melany. Jason não fez menção de notá-los, mas eles ficaram parados ali por um bom tempo sem dizer qualquer coisa.
— Não mordo – disse Jason, fechando a mochila.
— Não estou exatamente preocupado com os seus dentes – Leonard relanceou um olhar para a Espada de Crunor, embainhada na parede.
Jason revirou os olhos.
— Onde fica a entrada do inferno? – perguntou, como que para desviar o assunto.
A verdade é que aquela informação também não fora confiada a Leonard. Depois do surto de fúria de Jason, em que várias cadeiras do Quartel General pagaram o pato, Rafael entendera que era melhor que o cavaleiro tivesse o menor número de informações que fosse possível.
A noite se veio e se foi. Na oportunidade em que o dia raiou, Jason ainda não havia dormido.
Rafael entrou na casa dos amigos sem ser convidado. Ali, olhou para tudo com relativo interesse, mas não se deteve em cada peça de decoração por mais do que um segundo, à exceção do machado de Apocalypse, guardado como espólio de guerra. Secretamente, o arcanjo ainda se decidia sobre se aceitava a história de Jason Walker a respeito dele ou não.
Às nove da manhã, Rafael, Leonard, Melany e Jason se reuniram na antessala principal da casa, todos de mochila nas costas, carregando suprimentos, flechas e dardos. O arqueiro parecia particularmente ansioso.
— Não existe outra entrada para o inferno que não pelo purgatório – esclareceu rapidamente Rafael, totalmente inerte e alheio às expressões de incômodo e irritação de Jason. – E a entrada para o purgatório fica no fundo do mar.
Melany torceu a cabeça.
— Desculpe?
— Um antigo membro da Sociedade dos Exploradores, chamado Max, hoje aposentado, conseguiu descobrir algo que Crunor sempre se esforçara muito para esconder: como chegar ao purgatório. Em missão para a Sociedade, Max diligenciou ao fundo do oceano num local conhecido como Calassa, onde alguns magnatas detêm o monopólio de exploração de petróleo.
Calassa. Jason já havia ouvido falar sobre o pedaço de terra particularmente rico, acessável somente pelo alto mar, a sudeste de Liberty Bay. Dali Lancaster Wilshere prometeu recuperar a maior parte dos investimentos que fizera para invadir os Poços do Inferno, poucos meses antes.
O cavaleiro achou que o fato de que Lancaster era o dono do pedaço não significaria que a situação é melhor do que deveria ser.
— Entre Darashia e Liberty Bay, naufragou o Holandês Voador – prosseguiu Rafael, esforçando-se para lembrar dos detalhes. – Foi quando as grandes quaras surgiram. Os piratas amaldiçoados tornaram-se coisa pior do que o demônio, se querem saber. Calassa não é exatamente um local abençoado na Terra.
— Então, expedição para alto mar, homens-peixes e Lancaster Wilshere – Jason contou nos dedos, rapidamente. – Isso fatalmente me faz crer que estamos em quantidade lamentavelmente reduzida.
— Não posso exigir que Miguel e Gabriel deixem a cidade, tampouco que a rainha Heloise, o rei Arthur ou o capitão Svan nos acompanhem. Precisamos ser rápidos. Se tomarmos as decisões certas na hora certa, não enfrentaremos maiores problemas em ingressar no purgatório.
Jason achou que Rafael falava com todos no geral, e com ele em particular. O arcanjo parecia acreditar que Jason tinha o condão de tomar as decisões erradas pelos motivos certos, e, no fundo, o garoto sabia que era incapaz de culpá-lo. Costumava ser heterodoxo em determinados momentos, e até estúpido, se considerasse a merda que fizera de realizar involuntariamente os trabalhos que libertaram Lúcifer.
— O que há no purgatório? – Leonard perguntou, de repente.
Por um instante, Jason sentiu-se tão alucinado na missão de recuperar John do inferno que sequer raciocinara sobre aquilo. Parecia um questionamento muito mais do que válido.
— Almas torturadas – Rafael deu de ombros. – Demônios que fizeram a passagem tarde demais. Um deles, porém, fixou residência no local e decidiu assumir uma posição neutra, e acabou sendo respeitado pelos demais, já que é um dos grandes traficantes de influência da região. Ele se chama Randal, é um eremita que joga para lá e para cá quem não deve estar nem lá e nem cá.
Jason torceu a cabeça do lado, lembrando-se de Randal, um demônio absolutamente dócil e que não oferecia qualquer perigo, para falar bem a verdade. Na expedição que fizera ao futuro, ele e John o haviam capturado para realizar o ritual de invocação dos anjos Dean e Gadreel.
Carinha engraçado, pensou Jason, tentando evitar o riso.
— O purgatório é uma dimensão de grande pressão psicológica e fisiológica, absolutamente não recomendado para seres humanos e semelhantes. Incluo-me nessa conta – Rafael coçou a cabeça. – Então, teremos de ser breves. A entrada do purgatório que fica no coração de Calassa nos leva exatamente ao centro da dimensão; Randal fica a dois quilômetros dali, margeando-se o rio, em uma cabana. As outras almas parecem evitar os arredores, por algum motivo, mas no instante em que pisarmos lá, saberão que estamos lá e passarão a nos caçar. Não sei onde fica a entrada do inferno no purgatório, mas Randal sabe, e com a moeda de troca adequada, poderá nos auxiliar.
— O que Randal exigirá? – Melany franziu o cenho.
Rafael conjecturou.
— Ele desejará uma carona para vir para cá, estou certo disso.
Jason olhou para o arcanjo, tentando entender.
— Uma carona?
Rafael assentiu.
— Só Randal sabe como se movimentar do purgatório para o inferno e do purgatório para a Terra – esclareceu. – Teve tempo suficiente de vivência na danação para entender como funciona. Porém, estou quase certo de que demônios não conseguem cruzar a passagem, nem para um lado, nem para o outro. Na companhia, no entanto, de seres humanos, anjos e arcanjos, ele pode conhecer um feitiço que o auxiliará a realizar a travessia de volta conosco. Não creio que possamos negociar o preço.
Rafael olhou para Jason, preocupado.
— Garoto, a despeito das suas convicções a respeito dos demônios e suas práticas, creio que este é um preço absurdamente baixo a se pagar para que a missão seja bem sucedida. Peço, portanto, que sua cabeça esteja no lugar e que você não seja impetuoso com Randal. Ele é uma peça neutra em um tabuleior muito, muito mais amplo do que você imagina.
Jason assentiu, em silêncio. É verdade que tinha pensado em trair Randal assim que fizessem a travessia de volta – talvez matá-lo ou exorcizá-lo –, e achava válido que Rafael estivesse considerando aquela ocasião como uma verdadeira qualificadora do gênero.
O cavaleiro achou que era melhor não discutir com o arcanjo naquele momento. Se Randal, ao menos naquela época, fosse tão neutro quanto fazia crer que era, então não havia motivos para que o interpelassem, de qualquer forma que fosse.
O garoto estava começando a pensar sobre como chegariam a Calassa quando Rafael voltou a falar. O timing do arcanjo era perfeito.
— A rota para Calassa é clandestina e foi selada por Arthur e Daniel Steelsoul no passado, por motivos óbvios. Os únicos que chegam ao local são os próprios exploradores, para quem os governantes maiores fazem vista grossa. Então, precisaremos ir até Liberty Bay, encontrar o capitão Max e pagar pela diligência. Entendo, a julgar pelos padrões extravagantes de vida que têm, que dinheiro não é um problema para vocês.
Jason fez que não com a cabeça, espelhado por Leonard.
— 10 mil moedas de ouro serão o suficiente – disse Rafael.
O cavaleiro, que achava que era mais pão-duro do que gostaria de admitir, sentiu um ligeiro solavanco no estômago, mas entendeu que o preço era baixo a se pagar pela alma de John, tendo sido ele próprio que botara tudo a perder.
— Farei o saque – disse, finalmente. – Encontramo-nos no cais em 10 minutos.
*
Jason, Melany, Rafael e Leonard eram, certamente, o grupo menos peculiar que Liberty Bay já recebera. Entre piratas, bucaneiros, traidores e pestilentos, o barman Lyonel achava que valia a pena receber gente limpa de vez em quando, só para variar um pouco.
As mesas estavam quase todas ocupadas por bêbados, andarilhos, pedreiros e cortadores de cana. Exatamente no centro do salão, Rafael ocupou uma das pouquíssimas mesas vazias, assustando-se com a velocidade de Lyonel para chegar até ali.
— Senhores – disse ele, exalando bebida alcoólica e entregando a eles cardápios puídos. – Os menus.
— Não serão necessários – Rafael dispensou. – Gim para mim, uísque para os cavalheiros e cerveja amanteigada para a dama.
Lyonel assentiu, disparando de volta para o bar. Jason arqueou as sobrancelhas, surpreso.
— Gim?
— Qual o problema? – defendeu-se o arcanjo.
Leonard riu, aparentemente alheio ao tema central da discussão.
— Tem que ser muito veado, mesmo – comentou.
Rafael torceu a cabeça, confuso.
— Sou assexuado.
Lyonel surgiu oportunamente no instante seguinte, trazendo consigo os pedidos em copos surpreendentemente limpos e cristalizados. Antes que o barman pudesse desaparecer novamente, contudo, Rafael o segurou pelo braço.
— Estamos procurando por um cidadão específico, até peculiar.
O barman sorriu, achando graça.
— Olhe em volta, cavalheiro – ele fez um gesto amplo nos arredores. – Só tem gente peculiar aqui. Pode escolher.
Rafael aproximou-se do barman, quase tocando os lábios em sua orelha.
— Um verdadeiro explorador – cochichou. – Um homem que aceitaria uma soma em dinheiro razoável para realizar uma simples diligência.
Lyonel arregalou os olhos por um instante e fez sinal de compreensão, piscando com um dos olhos, conspirativo.
— Max Holloway – disse, no mesmo tom de voz. – Devo compreender que trouxeram algo… cintilante… para negociar?
O arcanjo deu dois tapinhas em uma bolsa magicamente lacrada, sorrindo. Ela tilintou, quase que alegremente.
— Assim que finalizarem suas bebidas, queiram me acompanhar. O senhor Holloway atende particularmente.
Rafael assentiu, sorrindo. O primeiro obstáculo fora vencido.
24-08-2017, 11:31
CarlosLendario
Citação:
— Gim?
— Qual o problema? – defendeu-se o arcanjo.
Leonard riu, aparentemente alheio ao tema central da discussão.
— Tem que ser muito veado, mesmo – comentou.
Rafael torceu a cabeça, confuso.
— Sou assexuado.
Que vida ruim a que anjos tem, hein :lol:
Excelente capítulo Neal, nunca tinha reparado que os Quaras na verdade eram os marujos do Holandês Voador. Essa busca vai ser bem bacana pelo visto, só espero que eles não esqueçam do Helmet of the Deep que muitos esquecem(Inclusive eu). E o Randal ganhou uma importância interessante, quero ver como será o diálogo com ele e se ele vai querer ajudar. O purgatório certamente vai ser um lugar bom para você descrever, quando me falam sobre, só me vem aquele de Supernatural, que é bem simples até.
Bem, tem feito um ótimo trabalho até então. Eu aguardo o próximo e estou empolgado pelo que virá.
31-08-2017, 04:16
Ameyuri Ringo
Finalmente me encontro neste capítulo, agora sim depois dos contos anteriores consegi alcançar rs! Agora vem aquela espera por cada proximo capítulo e este foi mais um daqueles heim neal rs, esperando mais um capítulo sintilante rs por assim dizer kk yours ringo on laudera since elera on!
04-09-2017, 14:55
Iridium
Saudações!
Tem Quara, tem mais like, já valeu o rolê! Adoro Quaras <3
Bom, euforias à parte, excelente como sempre, Neal! Descrições impecáveis, aquele cliffhanger maravilhoso e que dá sempre mais vontade e gosto de ler, aquela agonia na esperança de que Jason e cia. resolvam a coisa toda (ou morram tentando), o coitado do John comendo o pão que o Diabo amassou e eu, aqui, a ver navios cada vez que acaba um capítulo, e continuo aguardando a continuação, ansiosa pelo que virá a seguir!
Abraço,
Iridium.
05-09-2017, 12:14
Neal Caffrey
Spoiler: Respostas
Citação:
Postado originalmente por CarlosLendario
Que vida ruim a que anjos tem, hein :lol:
Excelente capítulo Neal, nunca tinha reparado que os Quaras na verdade eram os marujos do Holandês Voador. Essa busca vai ser bem bacana pelo visto, só espero que eles não esqueçam do Helmet of the Deep que muitos esquecem(Inclusive eu). E o Randal ganhou uma importância interessante, quero ver como será o diálogo com ele e se ele vai querer ajudar. O purgatório certamente vai ser um lugar bom para você descrever, quando me falam sobre, só me vem aquele de Supernatural, que é bem simples até.
Bem, tem feito um ótimo trabalho até então. Eu aguardo o próximo e estou empolgado pelo que virá.
E não? Existem outras referências a contos populares que surgirão nos próximos capítulos (p. ex., a presença do mago Aleister Crowley, spoiler alert) e também nas próximas histórias da saga. O interessante é pegar aquilo que existe e dar a isso um novo sentido. Se esse objetivo está sendo alcançado, se a nova versão dos mesmos fatos é mais abrangente e interessante que as anteriores, então, missão cumprida.
Randal é um personagem interessante. Não vou entrar no mérito pra não dar spoil, mas a participação dele daqui em diante é crucial.
Valeu, Carlão! Tamo junto, meu bruxo.
Citação:
Postado originalmente por Ameyuri Ringo
Finalmente me encontro neste capítulo, agora sim depois dos contos anteriores consegi alcançar rs! Agora vem aquela espera por cada proximo capítulo e este foi mais um daqueles heim neal rs, esperando mais um capítulo sintilante rs por assim dizer kk yours ringo on laudera since elera on!
Grande Ameyuri! Não se esqueça de retornar sempre que possível. Fico feliz de saber que você gosta do que vê.
Um abraço!
Citação:
Postado originalmente por Iridium
Saudações!
Tem Quara, tem mais like, já valeu o rolê! Adoro Quaras <3
Bom, euforias à parte, excelente como sempre, Neal! Descrições impecáveis, aquele cliffhanger maravilhoso e que dá sempre mais vontade e gosto de ler, aquela agonia na esperança de que Jason e cia. resolvam a coisa toda (ou morram tentando), o coitado do John comendo o pão que o Diabo amassou e eu, aqui, a ver navios cada vez que acaba um capítulo, e continuo aguardando a continuação, ansiosa pelo que virá a seguir!
Abraço,
Iridium.
Pois é, Iridium. Ainda que as quaras sejam uma figura verdadeiramente transitória no conto (espere mais delas nos próximos capítulos), fico feliz de saber que a abordagem agradou.
Quanto ao John, botaram no rabo dele com areia e caco de telha, não?
Valeu! Um abraço.
CAPÍTULO 16 – PURGATÓRIO
O mar parecia tão calmo quanto as parcas nuvens que circulavam pelo céu de fim de tarde. Embora o navio parecesse inadequado, era mais resistente do que fazia crer.
A princípio, Jason e Leonard acreditaram que a embarcação seria incapaz de realizar a missão, e até que o homem chamado Max tinha certa procedência duvidosa. Os cabelos eram decorados em malcuidados dreadlocks, tinha comprida barba puída e malfeita, suas roupas estavam muito sujas e rasgadas, afora o fato de que o homem dava a impressão de estar bêbado em tempo integral.
Inobstante, Max era simplesmente irrepreensível no manejo do timão. Embora tivessem enfrentado uma tempestade passageira muito próximo de Goroma, agora se deparavam com a calmaria do alto mar, o qual Max parecia conhecer como a palma da própria mão. Melany, de sua feita, decidira ficar no navio para qualquer eventualidade.
Finalmente, pouco antes do cair da noite, ele ordenou que Leonard, desajeitado como sempre, soltasse a âncora. Alguns segundos depois, preso pelo peso, a embarcação parou e se estabilizou.
— Você, arcanjo – disse Max, soluçando e apontando para Rafael. – Mantenha esses… ic… bundas moles na linha. Vocês têm… ic… 24 horas. É o máximo de tempo que consigo… ic… manter as quaras longe.
— Voltaremos na metade disso – disse Rafael, passando a mochila nos arredores dos ombros e olhando para os amigos.
— Não, não voltarão – Max retrucou, inquieto, mas bêbado. – Chegarão no laço do tempo, se… ic… chegarem. Depois disso, estarão… ic… sozinhos.
Quando Jason abriu a boca para protestar, surpreendentemente Max tirou uma varinha de dentro das vestes puídas e tocou a cabeça de cada um deles, aparentemente sob um esforço sobreumano. Ele os analisou por alguns segundos e tocou novamente as cabeças de Rafael e Leonard, e, por fim, a de Jason por uma última vez.
— Cinco… ic… minutos para encontrarem… ic… o que procuram. Após isso, o oxigênio vai… ic… acabar, e as quaras vão comê-los… ic… vivos.
Rafael puxou os outros dois no sentido da amurada, esforçando-se para não esfolar Jason vivo, que parecia determinado a discutir com o capitão. O arcanjo não esperou e saltou de ponta na água, cortando a superfície calma como um arpão afiado. Leonard deu de ombros e o acompanhou, desaparecendo na sequência.
Jason respirou fundo, subiu na amurada e tomou impulso, tocando o oceano dois segundos depois.
Por alguma razão, a sensação que o garoto aguardava não veio. Em vez disso, ele simplesmente flutuou, cercado de água por todos os lados, sem, contudo, se molhar ou que lhe faltasse o ar. Seus olhos sequer coçaram quando entraram em contato com a água salgada. De alguma forma, o capitão Max os impermeabilizara; não era um bêbado total, no final das contas.
O cavaleiro remou com as mãos e as pernas no sentido do solo do oceano, sentindo a pressão aumentar cada vez mais e os ouvidos zumbirem. Finalmente, tocou solo firme, tudo muito quieto nos arredores. As mãos firmes de Rafael o encontraram cedo e, embora tudo estivesse muito escuro, uma esfera de energia muito pequena brotara das mãos do arcanjo e os ia acompanhando enquanto caminhavam em linha reta.
Aqui e ali, homens bisonhos levantavam os olhos por um ou dois segundos para averiguar a situação, antes de retornarem à sua eternidade de ociosidade. Alguns deles haviam desenvolvido tentáculos, outros tinham a pele grotescamente recoberta de algas e corais, e todos pareciam muito cegos, talvez com os olhos adaptados, agora, para viver nas esmagadoras profundidades do oceano.
Aos poucos, Jason sentia que o tempo que Max dera a eles estava se esvaindo muito depressa e, embora Rafael andasse determinado, ainda não tinham conseguido encontrar nada a não ser ossadas completas recobrindo todo o chão lodoso do oceano.
Finalmente, poucos metros adiante, o arcanjo pareceu encontrar o que buscava: uma rachadura num ponto em que o chão do oceano tangenciava com os restos de um navio naufragado. Com gestos muito precisos, Rafael orientou Leonard e Jason a manterem pressão firme sobre seus braços, unindo-se a ele.
Enfim, o arcanjo sacou de dentro das vestes um pequeno punhal de prata. Ali, fez um corte na palma da mão, o sangue vertendo e espiralando nas águas, dissipando-se.
Em alguns pontos próximos, algumas das quaras levantavam as cabeças e começavam a se movimentar, provavelmente atraídas pelo cheiro de sangue. Quando enfim se aproximaram o suficiente para compreender o que acontecia, Rafael tocou a rachadura no chão com a mão ferida.
Os três sentiram um repentino puxão na altura do estômago, sendo espremidos para lá e para cá, a cabeça de um se chocando nas dos outros. Quando todos perderam totalmente o ar, prestes a mergulhar na inconsciência, tocaram chão firme, rolando por ele e respirando profusamente.
Jason foi o primeiro a se colocar de pé, com dificuldade. Estavam claramente em uma cidade abandonada, totalmente destruída, mas com um quê de futurismo. Diversos prédios estavam simplesmente pela metade, enquanto outros tantos pareciam ter sido arrancados de suas bases e atirados a esmo pelo ar por alguém simplesmente grande demais para existir.
Rafael e Leonard também se levantaram, olhando para tudo assombrados.
— Purgatório – confirmou Rafael, assentindo uma vez. – A morada de cada repugnante e abominável demônio que não conseguiu concluir a passagem, mesmo depois de morrer pela segunda vez. Temos que ser rápidos, fazer o possível para que cada um de nós passe batido. Ainda temos um inferno para sitiar.
— Onde fica Randal? – Jason olhou nos arredores, não enxergando nada além de destruição.
O arcanjo fechou os olhos só por um segundo.
— Sentido nordeste, no caminho do rio, dois quilômetros adiante. Demônios evitam a região, então…
— Ora, ora, ora – disse uma outra voz, feminina, muito aguda. – Alguém parece estar fora do lugar.
A garota, a poucos metros de distância, não chegava a ter um metro e meio de altura e tinha os cabelos muito amarelos, quase da cor da palha. Com seu jeito mirrado e infantil, parecia estranhamente deslocada.
— Infernatil – reconheceu Jason, sacando a Espada de pronto.
Ela sacudiu as mãos em sinal negativo.
— Não vou lutar com vocês, não se pode matar o que já está morto – ela sorriu, a voz aguda como Jason se lembrava. – Vão, caminhem livremente pelo purgatório, se é o que querem. Mas devolvam Lúcifer à sua caixa – ela rangeu os dentes. – Nunca vi bagunça maior.
Jason embainhou a Espada, decidido.
— Faremos, mas não por solicitação sua. O sofrimento eterno dá a impressão de tê-la feito bem.
Ela riu; divertia-se.
— Sofrimento eterno? Isto é o paraíso. Precisa ver o inferno.
— Essa é uma boa hora para lembrar sobre a circunferência daquele dardo sobre o qual sempre falo? – perguntou Leonard, aos cochichos.
Infernatil elevou a voz quando Jason fez menção de responder, exasperado.
— Saiam da minha vista. Façam o que quiserem, mas não me incomodem.
Rafael, Leonard e Jason, preparados, passaram por Infernatil devagar, os olhos atentos a qualquer movimento brusco, mas ela simplesmente não fez nenhum. Finalmente, quando os três desapareceram de vista, uma segunda mulher surgiu ao lado da outra; esta era esguia e magra, tinha seios fartos e quadril largo, e carregava uma imensa espada negra como a noite. Havia uma certa arrogância em sua postura.
— Siga-os, Bazir – ordenou Infernatil, os olhos estreitos perdidos no exato ponto em que deixara de ver os três amigos. – Certifique-se de que vão chegar a Randal.
A outra assentiu uma vez, pondo-se a caminhar.
*
Jason, Leonard e Rafael deixaram os limites da cidade destruída, encontrando um campo devastado pelo fogo. Aqui e ali, ramos e galhos amontoavam-se em enormes pilhas de cinzas. Os três se sentiam cada vez menos pertencentes àquele ambiente, que, em verdade, não fora desenhado para eles.
Não era incomum vislumbrar em alguns pontos alguns demônios, nenhum deles verdadeiramente agressivo. Alguns sequer pareciam se dar conta de que estavam no purgatório; murmuravam desconexamente, falando com seres invisíveis, muitos com sotaques, outros tantos em linguagem absolutamente desconhecida, mas nenhum pareceu notar a presença dos três ali.
Jason sentiu um calafrio. Ao seu lado, Rafael não embainhava a própria espada; Leonard também mantinha o arco em punho. Adiante, a trilha se dividia à direita e à esquerda.
— Direita – disse Rafael, com convicção. – Na direção da margem do rio.
Não demorou para que o tal rio finalmente surgisse. Tratava-se de um córrego, que aparentemente cortava o purgatório de fora a fora, e costumava servir como base de referência, já que todo o restante estava destruído e não havia nada de familiar entre um passo e outro. Logo os três já seguiam pela margem do rio no sentido norte. Embora Jason não fizesse ideia de o que estavam fazendo, Rafael parecia muito certo.
— Acha que devemos agir depressa? – perguntou o arcanjo, meio sem propósito.
Leonard, obtuso como sempre, tombou a cabeça de lado.
— Fala sobre a nossa cauda? – Jason sorriu de canto. – O demônio que está nos seguindo desde que deixamos a cidade?
Rafael assentiu uma vez, os olhos fixos no caminho adiante, enquanto Leonard suspirou, compreendendo.
— Fiquem na margem, sob o pretexto de pegar água – disse Jason, sussurrando. – Farei a volta e vou surpreendê-lo por trás.
Uma vez mais, o arcanjo fez que sim, e ele e Leonard desceram devagar a encosta até o rio, em silêncio. Devagar, Jason tomou o sentido contrário, desaparecendo entre as folhagens queimadas que delimitavam a porção oeste da trilha.
Rafael e Leonard se abaixaram, aproveitando a oportunidade para saciar a sede, que dava a impressão de não se saciar, de qualquer forma. Talvez seja um dos objetivos, pensou Rafael, por um instante incomodado com o fato de que era abominável que uma criatura como ele estivesse em um lugar como aquele.
Não demorou para que Jason reaparecesse, do sentido de onde eles vieram, uma imensa espada de ferro estígio embainhada na própria cintura e a Espada de Crunor pressionada contra a garganta de uma mulher esbelta e muito bonita, como numa posição de mata-leão.
— Apresento-lhes Bazir, para quem não conhece – disse Jason, sacudindo a cabeça. – Não sei por que sempre espero tanto de vocês.
— Tá legal, tá legal – ela levantou as mãos em sinal de rendição. – Não que alguém possa me torturar de uma maneira pior do que o que já estou vivenciando aqui, mas Infernatil pediu para que os seguisse e garantisse que vocês chegassem até Randal. É só isso.
Rafael levantou-se, desembainhou a espada da cintura de Jason e devolveu-a à mão de Bazir, para a surpresa de todos os presentes, inclusive para a surpresa dela mesma.
— Sinceramente, vocês são inofensivos. Jason deve ter te desarmado como se desarmasse uma criança. Volte a Infernatil, só isso.
Bazir mordeu a língua duas vezes antes de dar as costas e marchar de volta à cidade.
— Você é corajoso – observou Jason.
Rafael negou com a cabeça.
— Só não tenho tempo a perder. Podemos continuar?
Jason e Leonard trocaram um olhar preocupado antes de voltar a caminhar atrás do arcanjo. A verdade é que, não pela primeira vez, precisariam confiar cegamente em uma pessoa que não conheciam.
05-09-2017, 16:29
Ameyuri Ringo
Solta os foguetes omg neal mais um capítulo sintilante rs demorou mais saiu, a história tomando seu rumo final e nao tenho idéia doque vem por ai mais uma vez meus parabéns que venha a setima vingança !
08-09-2017, 16:51
CarlosLendario
Eu tava estranhando porque ainda não havia um capítulo seu, daí notei que você já tinha publicado :lol:
Outro excelente capítulo, cara. As descrições rápidas de Calassa e do Purgatório foram o suficiente para mergulhar de cabeça no clima e no cenário da narração. Você sabe fazer isso muito bem, sem enrolar muito.
Eu devo dizer que é realmente estranho ver os Ruthless tão fracos em um ambiente onde eles não dominam nada. Lá no mundo que escrevo minhas histórias tibianas, eles são o inverso das divindades, não exatamente tendo a divindade que os deuses possuem, mas sim a maldade, sendo as personificações de tudo que há de ruim. Aqui eles parecem ser coisas que um dia foram humanas, mas abandonaram tudo que Uman os deu como humanos para abraçar a maldade e terem o poder que todos aqueles que andam pelo caminho do mal desejam. Não é uma concepção ruim, só é simples. Mas essa simplicidade também é ótima e tem uma bela parcela de arte em sua forma.
Eu vejo que nenhum desses demônios parecem ser uma ameaça para o trio, mas eu me pergunto o que enfrentarão depois de Randal. Algo me diz que nem Rafael será o suficiente pra parar o que está por vir.
E esse capitão Max foi bem útil e conveniente para eles. Torná-los impermeaveis foi uma ótima jogada, suficiente para substituir a necessidade de um Helmet of the Deep. Pensei que tentaria algo parecido com Harry Potter, mas essa ideia ficou muito boa mesmo assim. E aquele diálogo dele... Me pergunto se ele previu alguma coisa que vai acontecer com eles.
Estou gostando muito desse clima de aventura e tensão destes capítulos, Neal. Tô aguardando pelo próximo.
09-09-2017, 07:15
Iridium
Saudações!
Os likes eu já havia deixado, agora devo comentar. xD
Rapaz, que cenas incríveis! Adorei as descrições de Calassa e do Purgatório. Ficaram bem imersivas (e eu sou meio suspeita pra falar quando se trata de Calassa na jogada, rs) e tá show de bola. Assim como Carlos, é estranho e ao mesmo tempo satisfatório ver os Ruthless Seven tão enfraquecidos e destituídos tal qual você fez. Aguardo para ver o que o Randal fará com nossos herois e... Bem, continue o excelente trabalho!
Abraço,
Iridium.
15-09-2017, 21:13
Neal Caffrey
Spoiler: Respostas
Citação:
Postado originalmente por Ameyuri Ringo
Solta os foguetes omg neal mais um capítulo sintilante rs demorou mais saiu, a história tomando seu rumo final e nao tenho idéia doque vem por ai mais uma vez meus parabéns que venha a setima vingança !
Grande guri! Gosto de saber que você está por aqui. Perdão pela demora na postagem, prometo que os próximos capítulo serão mais rápidos. Obrigado pela presença!
Citação:
Postado originalmente por CarlosLendario
Eu tava estranhando porque ainda não havia um capítulo seu, daí notei que você já tinha publicado :lol:
Outro excelente capítulo, cara. As descrições rápidas de Calassa e do Purgatório foram o suficiente para mergulhar de cabeça no clima e no cenário da narração. Você sabe fazer isso muito bem, sem enrolar muito.
Eu devo dizer que é realmente estranho ver os Ruthless tão fracos em um ambiente onde eles não dominam nada. Lá no mundo que escrevo minhas histórias tibianas, eles são o inverso das divindades, não exatamente tendo a divindade que os deuses possuem, mas sim a maldade, sendo as personificações de tudo que há de ruim. Aqui eles parecem ser coisas que um dia foram humanas, mas abandonaram tudo que Uman os deu como humanos para abraçar a maldade e terem o poder que todos aqueles que andam pelo caminho do mal desejam. Não é uma concepção ruim, só é simples. Mas essa simplicidade também é ótima e tem uma bela parcela de arte em sua forma.
Eu vejo que nenhum desses demônios parecem ser uma ameaça para o trio, mas eu me pergunto o que enfrentarão depois de Randal. Algo me diz que nem Rafael será o suficiente pra parar o que está por vir.
E esse capitão Max foi bem útil e conveniente para eles. Torná-los impermeaveis foi uma ótima jogada, suficiente para substituir a necessidade de um Helmet of the Deep. Pensei que tentaria algo parecido com Harry Potter, mas essa ideia ficou muito boa mesmo assim. E aquele diálogo dele... Me pergunto se ele previu alguma coisa que vai acontecer com eles.
Estou gostando muito desse clima de aventura e tensão destes capítulos, Neal. Tô aguardando pelo próximo.
Salve, Carlão. Então, irmão... Entendo o comentário e, especialmente, a preocupação, e aproveito a oportunidade pra salientar que a aparição dos demais membros dos Sete Implacáveis teve o objetivo única e exclusivamente de posicioná-los quanto à guerra com o Anjo Caído. Eles não são mais o foco neste ponto da história, à exceção de Apocalypse, e é por isso que suas descrições foram simplórias neste momento.
Uma vez mais, obrigado por aparecer, Carlos! Sua presença é fundamental.
Citação:
Postado originalmente por Iridium
Saudações!
Os likes eu já havia deixado, agora devo comentar. xD
Rapaz, que cenas incríveis! Adorei as descrições de Calassa e do Purgatório. Ficaram bem imersivas (e eu sou meio suspeita pra falar quando se trata de Calassa na jogada, rs) e tá show de bola. Assim como Carlos, é estranho e ao mesmo tempo satisfatório ver os Ruthless Seven tão enfraquecidos e destituídos tal qual você fez. Aguardo para ver o que o Randal fará com nossos herois e... Bem, continue o excelente trabalho!
Abraço,
Iridium.
Obrigado, Iridium! Fico feliz de saber que abordagem te agradou. Gostaria de explorar melhor as quaras, mas creio que ficará pro quinto (não quarto) conto da série. Randal é muito importante pras nossas aspirações e gosto de saber que o personagem agrada.
Forte abraço!
CAPÍTULO 17 – ALEISTER CROWLEY
Jason, Leonard e Rafael chegaram a uma clareira aberta no coração da floresta devastada, exatamente às margens do rio que serpeava pelo purgatório de fora a fora. Ali, uma fumaça densa saía pela chaminé de um casebre de madeira e surpreendentemente bem cuidado. Logo a porta se abriu, e Randal marchou para fora, olhando para eles com evidente interesse.
Rafael e Leonard não conheciam o aspecto de Randal, mas Jason estava certo de que aquele não era o homem a quem procuravam. Ele sacudiu levemente a cabeça para o arcanjo, que compreendeu o sinal.
O Randal de quem Jason se lembrava era totalmente diferente e visualmente muito mais inofensivo. Aquele homem diante deles tinha a pele muito negra e os cabelos cuidadosamente arrumados em tranças que iam até os ombros. Embora os olhos fossem vermelhos, as íris eram claras; mesmo
que não houvesse dúvidas de que era um demônio, dava a impressão de ser, por algum motivo, pacífico.
— Um arcanjo e dois seres humanos, um deles portando uma relíquia histórica de Crunor.
A voz do homem era ressoante e grave, mas aveludada. Quando ele sorriu, revelou dentição perfeita. Algo não estava certo.
— A que devo a honra? – prosseguiu, diante da falta de resposta.
Rafael girou a cabeça de lado, raciocinando.
— Dizem que, com o pagamento correto, você é capaz de realizar um certo tipo de trabalho – começou o arcanjo.
O homem franziu o cenho.
— Pagamento – ele pensou por um instante. – De que pagamento estamos falando?
Rafael respirou fundo. Precisava prosseguir com cautela, o que passava necessariamente pela verificação de se aquele homem era Randal ou não.
— Transporte – limitou-se a dizer. – Carona.
Ele marchou para fora da casa e torceu a cabeça de lado. Naquele instante, finalmente Jason apreendia o quão peculiar era aquela figura: musculosa dos pés à cabeça, trajando calças de linho muito limpas, sem camisa, o corpo torneado à mostra, um colar de contas pendurado no pescoço.
— Digamos que talvez – respondeu ele, igualmente desconfiado.
Rafael virou-se para Jason.
— Pergunte-lhe algo que somente ele possa responder.
— “Ele” sou eu? – perguntou o homem, confuso.
Jason raciocinou rapidamente.
— Você se juntaria ao Anjo Caído se ele estivesse solto? Se sim, quais seriam suas expectativas?
O homem arqueou as sobrancelhas, em sinal de surpresa. Seus olhos adquiriram um tom de vermelho um pouco mais vívido antes de retornarem ao normal. Ele flexionou os braços imensos, relaxando os ombros.
— Com certeza é a resposta para a primeira pergunta. Quanto à segunda, qualquer coisa que não me obrigue a prestar atenção demais em coisas demais.
— Há boas chances – argumentou Jason, sacudindo a cabeça em sinal positivo.
O arcanjo avançou meio passo.
— Qual é o seu nome?
— Não sei – o homem balançou a cabeça. – Todos me chamam de Randal. Deve ser esse o meu nome.
Jason semicerrou os olhos. Precisava se decidir depressa.
*
O suposto Randal os levou até um ponto, poucos metros adiante de seu casebre, em que a mata não estava queimada. Pelo contrário; tudo florescia de uma forma bastante singela, como se, naquele pedaço de menos de cinco metros quadrados, a natureza tivesse decidido simplesmente seguir seu curso natural.
— Conhece-me? – perguntou Randal a Jason, enquanto caminhavam.
— Talvez. Mas sua aparência não me diz nada.
Randal fez sinal de compreensão.
— Troco de casca constantemente. Somente por tempo suficiente para que o hospedeiro termine seus dias com dignidade.
Jason relanceou um olhar para o demônio, sem responder nada. O que tinha de suspeito, tinha de peculiar.
— Há um certo tempo, iniciei o cultivo de algumas especiarias peculiares neste pedaço do purgatório – explicou Randal, parando diante de 10 ou 11 mudas de plantas enterradas. – É o que chamamos de soil, no inferno. São esferas de energia que garantem determinados acessos.
Rafael agachou devagar, as sobrancelhas franzidas e os olhos fixos no plantio. O arcanjo já tinha ouvido falar dos soil, uma espécie de planta mágica fertilizada no solo com o objetivo de limitar o alcance a alguns pontos da Criação. Nunca, contudo, tinha obtido acesso a um deles; Crunor os banira muitos milênios antes, quando demônios utilizavam a energia dos soil para realizar passagens proibidas.
O fato de que Randal tinha livre acesso ao cultivo dos soil era um ponto extremamente fora da curva, do qual Rafael achou que deveria se ocupar em um futuro próximo. Naquele instante, era necessária a mistura correta.
— Qual deles leva para onde? – perguntou o arcanjo.
Randal riu, achando graça.
— Sério? Assim, de graça?
Rafael endireitou-se e revirou os olhos.
— Nós o carregaremos conosco quando retornarmos à Terra – disse, de muita má vontade. – Embora você tenha acesso aos soil, imagino que, se pudesse utilizá-los para retornar, já o teria feito. Uma presença pura pode ser necessária para realizar a passagem.
O demônio fez que sim.
— Precisamente, minha nobre e dinâmica criatura celestial. Para onde precisam ir, antes de mais nada?
Jason e Leonard trocaram um olhar receoso.
— Inferno.
Randal levantou a cabeça de uma só vez, estalando o pescoço.
— Inferno? Vão fazer o que no inferno?
Rafael sacudiu a cabeça.
— Não faz parte do serviço esse tipo de informação. Transfira-nos para lá e, quando voltarmos, vamos viabilizar seu transporte de volta conosco.
O demônio não fez maiores perguntas e puxou pela raiz a planta que se encontrava na extrema direita no cultivo. Atrelado a ela havia uma esfera de energia violácea, brilhante e que espiralava conforme o vento lhe tocava. Era muito pequena, talvez do tamanho do bulbo de um cogumelo comestível.
— Toquem nela. Vocês têm duas horas.
Rafael, Leonard e Jason trocaram mais um olhar, sem bem saber o que esperar. No instante seguinte, todos tocavam a esfera, que lhes devolvia somente um brilho pulsante, com insolência.
— Só isso? – perguntou Jason.
Randal sorriu.
— Boa viagem.
*
Jason rolou pelo chão e logo sentiu um cheiro insuportável de ovo podre. Quase ao mesmo tempo, o dedo mindinho de sua mão direita começou a ferver e queimar, como se ele tivesse colocado a mão em uma panela de água fervente.
Por puro reflexo, o garoto se jogou para trás, rolando um pouco mais. Adiante dele, havia um pequeno filete de água, escuro como a noite, correndo para a esquerda. Não havia dúvidas de que estava na antecâmara de uma imensa caverna rústica e tosca, como se tivesse sido aberta no coração de uma grande montanha.
Leonard e Rafael chegaram segundos depois, passando mais ou menos pela mesma experiência, à exceção do arqueiro, que acabou aterrissando no pequeno córrego de bunda. Embora sua reação tivesse sido muito engraçada, Jason não via motivos para rir naquele momento.
A caverna, na verdade, era muito intencional, no final das contas. A abóbada do teto disparava em todas as direções, mas não havia dúvidas de que era circular. O córrego que avançava para a esquerda e vinha da direita era constante, e vez ou outra borbulhava. Seu conteúdo era muito espesso.
O cavaleiro olhou para o arcanjo, que assentiu uma vez, confirmando. Agora, era questão de saber onde estaria John. Randal lhes dera duas horas, para que retornassem exatamente ao ponto onde aterrissaram, ou ficariam presos pela eternidade. Era hora de agir.
Os amigos seguiram o curso do rio no sentido da esquerda, por uma questão de escolha livre. Adiante, o córrego era interrompido abruptamente pela borda do planalto, desaguando lá embaixo, onde havia uma grande clareira preenchida por um líquido de cor transparente. Rafael torceu o nariz.
— Água benta. O córrego traz as almas condenadas. Esse é o primeiro estágio de sofrimento, não deve durar menos do que um milênio.
Jason pensou naquilo por um instante, antes que uma voz masculina ressoasse às suas costas.
Diante deles estava um homem careca, de meia idade, usando um cavanhaque bisonho. Seus olhos eram negros como duas opalas. Usava roupas rasgadas.
— Arcanjos e humanos, no inferno – disse, a voz grave e baixa. – A que ponto chegamos?
— Aleister – Rafael o reconheceu de pronto. – Ganhou uma promoção? Primeiro no comando? Você está aqui e ele está lá em cima. Não me parece justo.
O homem chamado Aleister deu de ombros.
— Cada qual com sua incumbência. O anjo. É quem vocês procuram, correto? John Walker. Um incandescente de primeira. Não entendo qual era a intenção de Crunor ao mandá-lo para cá, mas não posso deixar que o levem.
Jason tombou a cabeça de lado.
— Qual a serventia dele? Um condenado que não foi condenado?
Aleister virou seus olhos para Jason de má vontade e sacou duas armas de fogo, uma de cada lado da cintura. Pistolas.
— Não sou eu quem condena. O juiz é Crunor. Só faço o papel de executor da pena. Se John Walker está aqui, foi condenado. Se foi condenado, deve pagar sua penitência.
O cavaleiro sacou a Espada de Crunor e ficou satisfeito ao ver Aleister se retesar por um instante diante do brilho da lâmina. A verdade é que não estava sequer minimamente interessado no julgamento de Crunor. Fora até ali para resgatar John e cumpriria a missão, independentemente de quem o tivesse posto naquela situação ultrajante e torturante.
— Vai lutar comigo, Jason Walker? – Aleister sorriu, tentando aliviar a tensão que sentia. – Então faremos isso nos meus domínios.
*
Jason e Aleister desapareceram, e Rafael e Leonard saltaram para trás, assustados. O arqueiro disparava os olhos para todos os cantos e corria de lá para cá, mais nervoso do que nunca. O arcanjo, no entanto, pôs-se a raciocinar. Aleister tiraria vantagem de lutar em casa e, se não quisesse ser encontrado, ao menos naquele lugar, não o seria.
Calmamente, Rafael sentou-se no chão de pernas cruzadas e orientou o arqueiro a fazer o mesmo.
— Aquele feitiço de localização. Ainda sabe usá-lo?
16-09-2017, 13:05
Ameyuri Ringo
Da exiva neles rs, Mais um grande capítulo.Minha maior dúvida é porque crunor envio jhon a tortura emfim parabéns neal tamo junto!
16-09-2017, 17:15
CarlosLendario
Mais um belo trabalho trabalho nesse capítulo, Neal.
Gostei das descrições que deu do inferno e também da forma de se chegar lá. O jeito como você descreveu Randal deu a parecer que ele realmente é intimidador, mas na verdade, é pacífico. É um personagem interessante até então, assim como Aleister. Curioso pra ver como essa luta será.
Tô no aguardo do próximo.
e eu acabo de notar que to há duas semanas sem postar capitulos novos, ta meio complicado ultimamente heheh
19-09-2017, 06:33
Iridium
Saudações!
Os likes foram dados antes, e agora é hora de comentar! Ah, Aleister Crowley.... <3 maravilhosa aparição, que chega chegando! Agora, Randal... Ele ainda parece ter bem mais pano para aparições ainda pela frente, mas já me cativou. Foi interessante, e de certa forma um alívio ver alguém que não pareceu opor-se diretamente a Jason e sua tchurma. Btw, Randal lembrou-me muito a mítica figura Caronte, e acho que esse fator por si só foi suficiente para que ele me cativasse xD
No mais, aguardo o próximo, e já dei meu parecer em Rubi de Sangue.
Abraço,
Iridium.
22-09-2017, 18:04
Neal Caffrey
Spoiler: Respostas
Citação:
Postado originalmente por Ameyuri Ringo
Da exiva neles rs, Mais um grande capítulo.Minha maior dúvida é porque crunor envio jhon a tortura emfim parabéns neal tamo junto!
Grande Ameyuri! Obrigado pela presença, fico feliz de saber que você está gostando do conto. Te espero aqui n'A Sétima Vingança! Um abraço.
Citação:
Postado originalmente por CarlosLendario
Mais um belo trabalho trabalho nesse capítulo, Neal.
Gostei das descrições que deu do inferno e também da forma de se chegar lá. O jeito como você descreveu Randal deu a parecer que ele realmente é intimidador, mas na verdade, é pacífico. É um personagem interessante até então, assim como Aleister. Curioso pra ver como essa luta será.
Tô no aguardo do próximo.
e eu acabo de notar que to há duas semanas sem postar capitulos novos, ta meio complicado ultimamente heheh
Pois é, né, seu Carlos? Fiquei esperando Bloodtrip nos últimos 15 dias e nada. Chupeta véio.
Randal é importante pra nós, cara. No próximo conto, na sequência, ele estará em ainda maior evidência.
Obrigado pela presença. Tamo junto!
Citação:
Postado originalmente por Iridium
Saudações!
Os likes foram dados antes, e agora é hora de comentar! Ah, Aleister Crowley.... <3 maravilhosa aparição, que chega chegando! Agora, Randal... Ele ainda parece ter bem mais pano para aparições ainda pela frente, mas já me cativou. Foi interessante, e de certa forma um alívio ver alguém que não pareceu opor-se diretamente a Jason e sua tchurma. Btw, Randal lembrou-me muito a mítica figura Caronte, e acho que esse fator por si só foi suficiente para que ele me cativasse xD
No mais, aguardo o próximo, e já dei meu parecer em Rubi de Sangue.
Abraço,
Iridium.
Você vai perceber que o próximo conto da saga também tem algumas referências mundo geek afora. Caronte é uma boa referência, mas eu diria que Randal é o mais parecido com Crowley do Supernatural que nós temos dentro do conto, pode crer. No futuro, o personagem dele adiantar-se-á em outro sentido, ainda mais importante do que o atual.
Valeu, Iridium! Te devo pela presença.
CAPÍTULO 18 – NÊMESIS
Tão logo Jason e Aleister chegaram em uma verdadeira arena com chão de linóleo negro, o demônio disparou sua pistola na direção do cavaleiro, que se esquivou por um triz. Era mais provável que Aleister tivesse errado o tiro, mas fazia bem começar em certa vantagem.
Naquele local, Jason sentia suas energias se esvaindo suavemente, como que destinadas a drená-lo aos poucos, fazendo-o perder as forças no campo de batalha. Talvez, estivesse inserto em uma situação em que seria obrigado a utilizar os mesmos instintos que utilizara nas arenas de Zathroth, Sirius e Bellatrix, o que parecia ter acontecido tantos anos antes. Uma vez mais, ser-lhe-ia exigido mais do que força bruta para sair daquela inteiro e vivo.
Aleister disparou outra vez com a pistola, acertando a perna direita de Jason de raspão. O cavaleiro se retesou somente por meio segundo, tempo suficiente para que o outro vencesse a distância até ele, agora brandindo uma clava imensa e de aspecto letal.
Jason gingou para a direita e estocou, e Aleister desviou seu golpe com facilidade. O demônio pendeu o corpo para a esquerda, fintou um golpe curto e chutou, o golpe passando no vazio diante da esquiva em dia de Jason. No instante seguinte, Jason girou a Espada e desferiu um golpe horizontal, encontrando o vazio novamente; Aleister saltara para trás.
Por alguns segundos, os dois giraram no centro da arena de batalha, os olhos de um fixo nos do outro. Quando um deles dava um passo à frente, o outro dava um passo atrás; quando o passo era para a esquerda, o outro seguia à direita. Jason estudou brevemente os movimentos do seu oponente, tentando encontrar uma brecha em seu jogo, mas era um guerreiro competente, difícil de se bater.
Aleister soltou um golpe pesado e Jason adiantou-se na hora errada. A maça acertou seu ombro direito e o cavaleiro deixou cair a Espada, que deslizou pela arena, longe do alcance.
Jason sentiu uma dor excruciante tingir seus sentidos, os dedos da mão direita fechando-se sozinhos pelo choque que lhe fora aplicado nos nervos do braço. Por algum motivo, a Espada de Crunor não retornara para suas mãos.
O demônio distanciou-se de costas e tomou a Espada nas mãos, analisando-a longamente. Somente após foi que Jason percebeu: fora desarmado, perdera a Espada. Ela não obedeceria mais aos seus comandos, exceto caso conseguisse conquistar sua lealdade novamente.
O menino se amaldiçoou pela própria estupidez, sacando o pequeno punhal de emergência que trazia na cintura e analisando a arena por um instante, buscando um ponto de referência no qual se fiar, mas não havia nada. Tudo era muito plano e muito semelhante. A ilusão não seria sua parceira naquela batalha enfadonha.
Aleister sorriu e soltou a maça pesada, que se cravou no chão, rompendo o linóleo. Manuseando a Espada de Crunor, ele estava prestes a dar números finais ao combate.
Um pouco mais confiante, o demônio avançou, estocando com a Espada, buscando o contato com Jason. O cavaleiro dançou para lá e para cá como pode, mas não conseguiu evitar todos os golpes. Aqui e ali, a Espada enterrou-se em sua carne, abrindo ferimentos agudos, dos quais vazava uma profusão de sangue.
Por um momento, Jason sentiu-se impotente, encarando com certa resistência o fato de que estava próximo de morrer. A Espada de Crunor servira-lhe com fidelidade desde que a conquistara, mas, agora, sua maior aliada voltara-se contra ele. Não tinha nada nem ninguém que olhasse por ele naquele instante. Morreria, e não podia culpar ninguém exceto a si mesmo. Perdera a Espada. Perdera a maior das suas vantagens em um combate franco.
Ele saltou para trás quando Aleister avançou novamente, escapando de um golpe com certo atraso. A Espada abriu-lhe outro talho no braço esquerdo.
Céus, pensou, tentando aparar um dos ataques com a medíocre adaga. Estou frito.
*
— Direita – disse Leonard, orientando.
Rafael seguia adiante, segurando o arco de Leonard, que caminhava de olhos fechados, a mão esquerda pousada no ombro direito do arcanjo. Inicialmente, o arqueiro imaginou que Rafael desejaria assistir o combate de Jason, mas ele tinha um plano ainda mais audacioso do que aquele: utilizar o vínculo criado não entre Leonard e Jason, mas entre Leonard e John, e encontrar o incandescente enquanto Jason dava cabo de Aleister.
Eles já haviam passado por uma sucessão de ramificações dentro da caverna, saindo, em diversas ocasiões, em pontos muito estreitos e praticamente invencíveis, tamanha terra acumulada. Apesar disso, os amigos tinham conseguido vencer as adversidades até ali, mas embrenhavam-se tão profundamente no inferno que não sabiam como, nem quando, conseguiriam sair.
— Esquerda – continuou Leonard.
Rafael tomou o caminho da esquerda e seguiu reto, uma esfera de energia já parca flutuando diante dele. Até aquele momento, tinha entendido um pouco da organização do ambiente. Diversos corredores continham salas fechadas e portas seladas com magia. Não era impossível escutar os gritos dentro delas. Com certa apreensão, o arcanjo acreditava que alguns dos condenados mais ilustres acabavam indo parar na solitária, onde eram criados certos infernos particulares para atormentá-los pela eternidade.
A circunstância recentemente descoberta não atenuou a tensão que Rafael sentia a respeito de John Walker. Muitos deles eram incapazes de entender os desígnios de Crunor, mas, agora, o arcanjo os entendia ainda menos. John fora um grande anjo e cumprira seu papel beirando as raias da perfeição. Não compreendia por que motivo fora parar ali, no caminho da danação, em vez da iluminação.
Na oportunidade em que John fora encaminhado para o inferno, pela primeira vez os arcanjos decidiram questionar Crunor. O Criador os escutara até a última das palavras, mas respondera que seus planos eram seus planos, e que deles os arcanjos não participavam como mentores, apenas como executores. E os dispensara logo na sequência. De uma forma ou de outra, ele parecia saber o que fazia, e o assunto fora esquecido depressa.
— Aqui – disse Leonard, de repente.
O arqueiro soltou o ombro do arcanjo e analisou longamente uma porta negra de ferro, sem maçaneta mas com portinhola. Reconheceu imediatamente a voz de John quando o incandescente gritou lá dentro.
— Parece-me óbvio que precisamos abri-la – disse Rafael, tocando a porta cuidadosamente, procurando por falhas.
Leonard baixou a cabeça. O tempo estava correndo.
*
Jason disparou pela arena mancando, relanceando olhares por sobre o ombro enquanto era cruelmente castigado por Aleister, que parecia invencível. Conseguira escapar de alguns golpes, mas sofrera outros tantos, e agora tinha avarias severas por todo o corpo. Embora tivesse conseguido tempo para raciocinar um pouco, aquele tempo, por si só, parecia insuficiente. Precisava pensar mais rápido.
Contrariando as expectativas, a Espada de Crunor realmente não registrava mais a propriedade de Jason. De outro modo, amoldara-se com perfeição nas mãos de Aleister, que era um carrasco de maior competência. Aquele fato ainda torturava o garoto.
Jason parou, virando-se totalmente. Aleister, um pouco confuso com a mudança repentina de atitude do cavaleiro, também estacou, a Espada firme nas mãos. Dois passos à direita, a maça negra reluzia com a luz bruxuleante que dominava a sala. O cavaleiro acabara de ter uma ideia.
— Pronto para se render? – perguntou, sorrindo de canto.
O garoto semicerrou os olhos, franzindo o cenho.
— Esse pensamento cruzou minha mente.
Vamos, morda a isca, pensou Jason, colocando-se de joelhos e atirando o punhal diante do corpo, em sinal de desistência. Vamos, mentalizou, observando Aleister vencer a distância devagar e posicionar-se diante dele, dividido entre a satisfação e a desconfiança.
— Você se entrega? – perguntou, empunhando a Espada.
Jason jogou os braços para o ar, exasperado.
— Que outra escolha tenho? Combato sem armas e em evidente desvantagem. Morrer depressa parece ser uma opção mais palatável.
Aleister respirou fundo. Seu coração disparou quando ele levantou a Espada, prestes a fazer o que tantos outros tinham sido falhos em tentar: matar Jason Walker.
O demônio baixou a espada num movimento gracioso. Foi a deixa de que Jason dependia.
Apostando em sua maior velocidade, o cavaleiro puxou o punhal do chão e cravou-o na perna esquerda de Aleister, que dobrou-se imediatamente, em prantos. Jason rolou o corpo para o lado direito e puxou a maça do chão, sofrendo um pouco para manuseá-la devido ao peso.
Ele a girou no ar e atirou com toda a força que podia, acertando o alvo com maestria. A cabeça de Aleister torceu-se num ângulo bizarro, e o demônio rolou pela arena de batalha, deixando cair a Espada de Crunor. Jason sabia que o tempo era curto, e que precisava reaver a Espada.
O cavaleiro mancou até onde Aleister tinha parado e sacou o punhal de sua perna, sendo lavado pelo sangue que esguichava do demônio quase dos pés à cabeça. Ele ajoelhou-se ao seu lado e arrancou-lhe a mão direita no exato instante em que a Espada de Crunor retornou a ela, totalmente alheio aos gritos de dor e protesto do oponente.
No instante seguinte, a Espada desapareceu, ressurgindo embainhada na cintura de Jason. O cavaleiro sorriu, respirando fundo. Virara o jogo e estava prestes a vencer o combate mais difícil de sua vida.
*
A porta se abriu com estrondo quando Rafael pronunciou algumas palavras em enoquiano. Ali, John Walker, totalmente mutilado, estava pendurado pelos pulsos em grossas algemas de ferro presas ao teto. Os dois demônios que o torturavam tombaram tão depressa quanto se viraram, cada qual com uma flecha cravada na testa. Leonard baixou o arco por um instante, analisando a figura do incandescente.
Não foi surpreendente para o arqueiro quando o corpo de John começou a se recompor magicamente, quase ao mesmo tempo em que seus gritos recomeçavam. A eternidade de tortura à qual o incandescente havia sido submetida era indizível, e alguns desses momentos já criavam o efeito de rebote. John sofria mesmo sem ter a carne lacerada naquele momento.
Quando Rafael rompeu as algemas que o prendiam, o incandescente tombou para a frente, de joelhos, abrindo os olhos vagarosamente. A escuridão só era suprida pela esfera de luz que o arcanjo conjurara. John torceu a cabeça de lado, tocando o corpo devagar, aos poucos registrando a presença de Rafael e Leonard.
— Não… acredito – disse, a voz rouca, como se tivesse sido utilizada nos seus limites por muito tempo. – Leonard. Rafael.
— Precisamos voltar – disse Leonard, dispensando os abraços e os beijos. – Nosso tempo está acabando.
*
Jason pousou novamente na entrada da caverna e sentou-se, muito ferido. Com devoção e confiança, passou a aguardar pelo retorno dos amigos.
EPÍLOGO
Max, o capitão, analisava com gratidão o horizonte, onde céu e mar dividiam seu reino igualitariamente, uma garrafa de rum pela metade nas mãos. Ele lançou um rápido olhar para o relógio de bordo. Faltavam três minutos.
Naquele tempo, algumas das quaras já haviam colocado as cabeças medonhas para fora da água, registrando a presença da pequena embarcação. Já estava chamando muita atenção. Partiria se os três forasteiros não chegassem em tempo.
Os três minutos vieram e se foram. Ele respirou fundo, fechando os olhos. Droga. Coloquei fé nestes. Davam a impressão de ser melhores.
Com a ajuda da manivela do mastro, Max começou a recolher a âncora, devagar e sempre, sentindo-a mais pesada do que o convencional. Por um instante, temeu que alguma quara tivesse tencionado as correntes e prendido a âncora no fundo, mas, embora com menos velocidade do que o normal, estava conseguindo retirá-la da água.
Aos poucos, eles foram surgindo. Primeiro o espadachim, muito ferido, sustentando-se a duras penas; depois, o arqueiro obtuso, assustado mas inteiro; logo após, o homem negro, de terno e semblante sério. Apesar de se sentir aliviado por vê-los emergindo novamente, todos agarrando as correntes da âncora com firmeza, surpreendeu-se quando outros dois indivíduos também apareceram.
Um deles era negro como o outro, porém, muito mais rudimentar. Usava tranças e mantinha o peito à mostra, cheio de colares de contas. Por último, um homem de pele queimada pelo sol, repleto de tatuagens nos braços firmes e resistentes. Todos chegaram ao convés em segurança, na medida em que a âncora era recolhida e guardada em seu compartimento.
— Sei que não temos… muito o que exigir – disse o homem de terno, ensopado da cabeça aos pés, respirando com dificuldade. – Porém, pagamos o dobro se o senhor providenciar um desvio de rota.
— De que desvio… ic… estamos falando? – respondeu Max.
O capitão relanceou um olhar tenso para o espadachim, que parecia estar por um fio.
— Carlin – respondeu o homem.
Agora, as quaras começavam a surgir com mais frequência, algumas delas mantendo-se na superfície.
— Oferta… ic… aceita, mas precisamos sair logo daqui. Coloque o cavaleiro na câmara do convés e seque-o. Vou providenciar os primeiros-socorros.
— Agradeceríamos se nada do que aconteceu aqui fosse…
— Ei, ei, ei – Max levantou os braços. – O que acontece no mar, fica no mar. Sou… ic… pago para isso.
O homem assentiu, atirando o espadachim nas costas. Max ajustou o curso e deu algumas instruções ao arqueiro, que pareceu compreender. Era hora de levá-los a Carlin.
FIM
22-09-2017, 22:10
Ameyuri Ringo
Eis que mais uma história esplendida a evolução de jason impressiona, feliz pelo retorno de jhon embora imagino uma brusca mudança de personalidade dele devido a tortura emfim como sempre desde de o incubo uma grande história partiu a sétima vingança, rs espero que não demore! E que seja sintilante kk!!!
04-10-2017, 17:21
CarlosLendario
Porra Neal, achei que esse livro ia ser maior :lol:
Um grande trabalho como sempre, cara. Eu estou impressionado que Jason tenha tido dificuldades de sair desse combate vivo e por pouco perdido a Espada de Crunor. Que retardado. Aleister foi mais esperto e desafiador, mas deu um belo vacilo quando realmente acreditou que Jason Walker iria se render. Logo ele? E ainda dando a chance dele se rearmar pra derrotá-lo? Também é outro retardado. Mas pelo menos foi um desafio para alguém que andou dando GG easy pra todo mundo que enfrentou nos últimos tempos.
Estou curioso a respeito da importância e da futura participação de Randal na história. Parece que a próxima parte será foda.
Enfim, aguardo o início do novo conto. Não estou de volta ainda, mas ao menos dá pra fazer algo no celular.
04-10-2017, 17:30
Iridium
Rapaz, estou em choque. Precisei me recompor antes de vir comentar.
Que livro! Uma pena que foi curto, mas cara... Fantástico, de tirar o fôlego, impecável! Tô feliz da vida que o John voltou, Aleister deu aquela vacilada mas foi excelente como final boss! Espero ver mais do Randall em outros contos e... É isso aí, não tenho muito que comentar a não ser: por favor, continue!
Abraço,
Iridium.
09-10-2017, 00:17
Neal Caffrey
@ameyuri~, John Walker é mais importante pra nós do que você pensa. Você o verá n'A Sétima Vingança (sem spoil), mas vai ver o quanto o incandescente de Crunor é relevante. Valeu pela fiel presença até o fim. Te devo essa.
@CarlosLendario, faça-me um santo favor e retorne depressa. A forma agonizante como Blood Trip findou parcialmente é incomodante. Aquela história precisa continuar imediatamente. Quanto a Aleister, é um personagem que eu gostaria muito de explorar mais, mas não há mais espaço pra ele. É uma pena. Fico feliz, contudo, que o combate tenha agradado. Como sempre, te espero na sequência.
@Iridium, gentil como sempre. Espere mais de Randal no futuro, porque ele tem mais a oferecer. A exemplo do Carlos, te espero de volta.