O dia em que Tibia ganhou um... Rei.

O dia em que Tibia ganhou um...
Rei.

Em tempos antigos, Tibia vivia tempos terríveis... A vida era assustadora e alguns preferiam morrer ao continuar vivos e escondidos; alguns acham que Tibia hoje é um lugar em que só os fortes sobrevivem, mas em tempos atrás era impossível viver até para os fortes. Tempos em que, em Tibia, não avia lei... Não avia um rei.

Acordava e olhava o céu, parecia noite e ao invés de pássaro e insetos, se via flechas em chamas, voando e matando como uma águia caindo sobre uma serpente. A lei era sobreviver, custe o que custar. Eu morava em uma caverna, eu era apenas um camponês, o que eu poderia fazer contra magos, cavaleiros, paladinos e druidas... Eu só sabia vender poções... Não tinha certeza do que acontecia lá encima, subi apenas duas vezes para ver o que se passava, mas na segunda vez que subi, vi um corpo de um paladino, olhando para mim, fixando seus olhos já mortos.

Eu sobrevivia como podia, comendo ratos, morcegos e outros que nem sabia o que eram. Eu tinha um amigo aqui comigo na caverna, não sabia o nome dele... Apenas estávamos juntos na hora da invasão das tropas de Carlin... Ele saiu para pegar algumas poções e nunca mais voltou. Estava lá fazia mais de cinco anos, estava mais feio do que um trol! Minha barba tava enorme... Parecendo o mago Ferumbras. Estava até faltando ratos na caverna, eu sabia que uma hora ou outra, eu sairia da caverna ou me matava.

Acordo outro dia e escuto vozes gritando, gritava desesperadamente como se estivesse a um fio da morte; e escuto cavalos se aproximando cada vez mais e, de repente, não escuto nada! Levantei e fui olhar o que tinha acontecido no local, mas não devia ter olhado aquilo... Meu companheiro de caverna se foi. Por que? Por que ser morto por causa de algumas poções? E agora estou eu aqui, com a certeza que ele não voltaria... Para comermos mais uma rodada de ratos.

Não dormi naquela noite, escutava as vozes dele gritando... Agora sussurrando no meu ouvido, não aguentava mais aquilo... Apontei várias vezes uma pedra afiada para meu rosto, mas não tive coragem de prosseguir com o suicídio. A solidão era mais terrível do que o barulho de espadas se rebatendo... No outro dia acordei com uma explosão enorme que jogou terra na caverna... Olhei para fora e avistei uma imensidão de corpos e um exército indo embora.

Não dava mais para ficar na caverna, uma hora ou outra alguém iria me achar, pois a guerra estava cada vez mais perto. Resolvi sair de lá e ir para Thais; saí correndo o mais rápido que pude, mas eu não queria arriscar demais e peguei uma lança que estava no chão... Passei pelos portões de Thais, mas quando olho aquela vila onde eu morava, eu estava de frente para o inferno em terra, não tinha sobrado nada ao não ser os moradores mortos... Minha mãe, meu pai e meu irmão de oito anos. Todos mortos, mas não era hora de chorar pela tragédia, os enterrei, olhei parado durante uns dez minutos e continuei a tentar sobreviver... Eu queria ter ficado mais tempo, mas a situação não permitia.

Eu me escondi nos subterrâneos da vila para tentar chegar embaixo de uma venda de alimentos, não aguentava mais os pedaços mastigados descendo no meu estomago. A saudade de um pão fresco, um copo de leite ou mesmo um queijo... Mas rato não mais. Subi para ver onde estava, mas não era capas de ficar olhando por mais de três segundos, as chamas não deixavam, de repente, me deu um ataque de agonia, agachei e comecei a chorar, lembrando da minha infância, como acabou do nada a paz em Tibia... Não aguentava mais olhar os ratos comendo pessoas que eram jogados no buraco onde eu estava... Comecei a gritar para que alguém me achá-se e me matá-se... Sem sucesso!

Mas comecei a pensar: o que minha mãe ira achar de mim, seu continuasse aqui chorando? Que eu era um inútil que não pensa nos outros, um medroso que não era capaz de ajudar ninguém? Minha consciência começou a pesar sobre mim, eu estava entrando em desespero... A vida é estranha, á vezes parece que ela não me queria, sei lá! Resolvi então, que tomaria coragem e entraria no meio das guerras, peguei a lança e subi, minha roupa começava a pegar fogo... Tirei a camisa e continuei... Correndo e gritando, querendo dar um medo no inimigo com a esperança que funcionasse; mas depois que minha loucura passou, dei por mim que não tinha mais ninguém lá... Pelo menos vivo!

Peguei um pão, duro e queimado, e um copo com água limpa, sem barro ou terra como a da caverna, peguei um pergaminho e um pedaço de carvão e comecei a escrever o seguinte: "Mãe, pai e irmão: me desculpem. Não pude proteger vocês, não podia me proteger. Você irmão, que aproveitou uma pequena parte da vida... Não vim te buscar, deixei vocês aqui morrendo enquanto eu, em meu egoísmo, me escondendo em um lugar seguro. Meu companheiro de caverna morreu e nem pra ajuda-lo eu prestei..." Não consegui terminar, minhas lágrimas borravam o papel com carvão. Olhei para o céu... Parecia noite.

Entrei em uma casa e dormi... Durante quatro dias eu dormi. Quando acordei, escutei o som de alguém andando palas redondezas da casa, alguém grande e pesado, olhei pelo buraco da fechadura e vi um vulto vermelho passando pela porta... Já ouvi lendas que em grandes guerras um demônio visita as vilas para buscar almas dos mortos que ainda não passaram para outro plano. Eu me escondi debaixo da cama, foi a pior de minhas idéias até agora, escutei a porta abrir e passos entrarem no recinto, mas não pesados e sim ligeiros... Olhos fixados no corredor que dava acesso para o quarto onde eu estava. Vejo botas de soldado andando em frente á cama, o "soldado" deitou na mesma cama em que eu estava escondido. De repente, uma espada atravessa o colchão e quase encrava na minha cabeça, o "soldado" corta o colchão, sabendo que eu estava embaixo... Mas era uma mulher, uma soldada do exército de Thais.

Ela me disse para ficar quieto, me levantou e me levou para um lugar seguro... O porão! Lá ela disse para mim em que exército eu servia, eu disse que era apenas um camponês que morava na vila destruída de Thais, ela perguntou se eu estava bem, fiquei olhando para ela e chorei em seus braços... Como se ela fosse minha mãe, e ela me abraçou como se eu fosse o filho dela. Ela me disse para não ter medo, que a morte é mais natural do que a própria vida e que a vida, á vezes que seria mais cruel do que a morte! Que não iria deixar nada tirar minha vida... Olhei os belos olhos dela e me senti em casa.

Subimos e abrimos a porta da frente que dava direto para a rua principal, quando vejo ao lado dos portões de Thais, vejo o vulto em que me fez arrepiar até a alma. Ela me puxou para trás e me diz para tomar cuidado, muito cuidado com o Orshabaal, uma criatura demoníaca enviada para matar tudo e a todos que encontrá-se... Mas ele foi embora, para alívio meu e dela, perguntei o nome dela e ela disse que, já que me interessava o nome dela, ela iria dizer quando chegá-se a hora certa. Concordei e ela disse que existe alguém que poderia nos ajudar, mas que morava em Carlin.

Arrumamos as coisas para irmos á Carlin, encontrar o grande amigo dela, pagamos pão, armas e proteções, tudo o que fosse o suficiente para utilizarmos pelo percurso. Dormimos e no dia seguinte, saímos ás cinco horas da manhã, tudo o que víamos era grama e montanhas, terra e árvores, mortos e mais mortos. Não podia acreditar que eu durá-se tanto assim, um camponês sobrevivendo mais do que o esperado. Eu achava que iria morrer na primeira semana e agora, saindo de minha vila e explorando novos caminhos.

Chegamos a uma fenda enorme, e ela me dizia que era para fazer silêncio, pois ali viviam alguns ciclopes e eram muito fortes... Andamos em puro silêncio e tudo o que escutávamos era os roncos das enormes criaturas. Nunca vi um na minha frente... Mas ela dizia que eram criaturas feias e burras. Não sabiam diferenciar um homem de uma mulher e que não sabiam mais do que algumas palavras. Passamos tranquilos pela fenda...

Nós já podíamos avistar os portões de Carlin, ilesa em meio à guerra. Fomos pelo subterrâneo, de novo, pois Carlin e Thais eram rivais em guerra. Então avistamos uma porta que dá entrada para um porão de um templo. Lá encontramos um homem se vestido de monge, fazia sentido, pois era e ainda é um crime sagrado matar um monge. O nome dele era Denioh, ele fazia parte das tropas de Thais e se infiltrou em Carlin por causa de rumores de que, Carlin começara a guerra em Tibia.

Ele disse que se provasse que Carlin fosse a causadora dessa guerra, tudo iria acabar. Disse também que, em um dos portões de Carlin, tem uma porta que é a entrada para o castelo subterrâneo, hoje já não existe mais, e que lá tem um pergaminho que está registrado uma carta de pedido de tropas para Yalahar e Edron, mas só os Yalahares originais atenderam o pedido, outra carta foi enviada para Darashia, Svargrond e Venore dizendo que, Edron e Thais traíram a paz de Tibia e que, eles tramaram um plano de aniquilação a todos. Mas Venore tinha certeza que Carlin estava mentindo sobre isso e que, não iria para nenhum lado, assim, Venore foi aniquilada por Edron.

A conclusão era que, se comprovar essas informações, Tibia teria paz e pelo menos o efeito colateral é que Carlin seria extinta completamente. Então Denioh, ela e eu partimos em busca do pergaminho, mas claramente que o mesmo estava sendo guardado por muitos e muitos guardas. Achamos a porta... E com ela, mais cinco guardas. O jeito era alguém distrair os guardas. Ficou para o Denioh fazer essa parte, ele jogou aquela lança que eu guardava em um deles, sobrando quatro atrás dele.

Eu e ela entramos na fortaleza, era muitos corredores, mas fomos no corredor que achamos que era o principal... Bom, era o corredor principal. Entramos em vários quartos até achar o pergaminho... Para a nossa surpresa e alívio, achamos o pergaminho, feito de folhas de ouro e letras banhadas á prata. Ele passava uns três quilos... Colocamos na minha mochila e, quando foi para sair, olhei o corredor para ver se tava livre, mas vi quatro guardas voltando com o corpo de Denioh, já morto. Fechei e tranquei a porta rapidamente. Ficamos lá, sem falar nada durante dez minutos, até que ela disse: "Se esse é o último memento em que vamos continuar vivos, quero que saiba o meu nome, Mehrian".

Nisso, ela foi para me beijar quando disse: "Um beijo é muito valioso para o momento, e se for para nós nos beijarmos, que seja em outro lugar... Em paz!" Nisso, Mehrian concordou e dei mais uma espiada no corredor, estava vazio. Saímos com cautela, o mais estranho era que, não avia ninguém no castelo subterrâneo... De repente, quando saímos, todos os guerreiros: cavaleiros, magos, paladinos e druidas de Tibia; todos reunidos e apontaram suas armas para mim e Mehrian. O comandante da tropa de Carlin falava que eu era o mandante do pergaminho, já que o mesmo não avia nome. Ele disce também que a pena mínima de trição era a forca. Foi ai que tomei coragem e disce o discurso que mudaria a minha vida:

"Espere ai! Eu não sou o mandante. Sou apenas um simples camponês! Perdi minha mãe, meu pai e meu irmão... Minha vida. Tudo por causa dessa guerra idiota, que não serve para nada ao não ser matar uns aos outros. Me digam, o que cada um ganha com isso? Vai, me digam... Vocês deveriam transformar isso em um paraíso, um lugar bom de se viver! Eu sobrevivi durante cinco longos anos em uma caverna comendo ratos, e vocês transformando tudo em um inferno... Sabe qual é o meu sonho? Que Tibia tenha um governante. Tenha um lider que faça com que todos nós, tenhamos um futuro... Tenhamos paz... Tenhamos um paraíso.”

Eu olhei ao redor, todos parados... O comandante contestava para um povo que se apresentavam surdos, olhando um para os outros... Todos jogaram suas armas ao chão e ajoelharam perante á mim... Mehrian gritou "Viva nosso rei, viva!", todos concordaram me saudando ao mesmo grito. Esse foi o dia em que um camponês virou um rei... Foi o dia em que Tibia ganhou... Um Rei.

Fim

Complementos:
O Castelo Subterrâneo foi destruído.
Um novo castelo foi erguido em Thais.
Mehrian se torna rainha, mas morre depois de uma invasão de Orshabaal.
O rei nunca cortou a barba.
O comandante foi morto pego em flagrante, acusado de traição ao rei.
Ficou sabendo que, Denioh tinha confessado perante ameaças de morte, esse foi o motivo de o comandante saber do roubo do pergaminho.
Tibianus foi coroado e virou sua majestade real Rei Tibianus...



Aviso: Isto é uma história fictícia sobre a origem do rei... Apenas foi feita para ser lida e entreter, nunca ser levada á sério. Não sei se esta história pode ser parecida... Mas se alguém sabe a verdadeira história, poste aqui nesse tópico mesmo. Obrigado pela leitura.

Muito legal cara voce tem imaginação eu jogo tibia isso é mt rox cara voce podia escrever um livro gostei da hisytoria iteressante mt interessante
:)

Muito sem noção. Algumas coisas não fazem o mínimo sentido. Poções são raras e valiosas na maioria dos mundos de fantasia/medieval, não faz sentido ele ser um vendedor de poções e morar em uma caverna, com um amigo cujo ele não sabe nem o nome e vivendo só de ratos.

Outra coisa sem noção, ele chega em Thais após anos em uma caverna onde aparentemente todo mundo estava em guerra, aparentemente pouco tempo depois de sua família morrer, surreal demais. Essa guerra também não ficou bem clara, quem está lutando contra quem? Eu sinceramente não acho que descobrir quem começou a guerra vai arrumar tudo, no fundo as guerras envolvem vários motivos.

Abraços,

Achei o final bem tosco, muito filme da disney
tirando isso até que vai

Bom gostei da historia mas só achei a parte de ficar comendo ratos e a de um simples camponês apenas com um breve discurso ser nomeado rei estranha, já que este deveria saber o mínimo sobre como administrar uma cidade ou pelo menos (já que estavam em guerra) saber estratégias militares para contornar a guerra.

Quanto ao resto eu gostei da história.